Num relatório sobre a dívida global, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) indica que a emissão total em programas de dívida de retalho da Bélgica, Itália, Japão, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos atingiu um pico de 222 mil milhões de dólares (cerca de 204,6 mil milhões de euros) em 2022, impulsionada em grande parte pelos Estados Unidos.
“Embora os produtos de retalho possam oferecer diversificação da carteira e da base de investidores e ajudar a apoiar as necessidades de financiamento, representam uma carga operacional significativa”, pode ler-se no estudo.
Para a OCDE, “a gestão de interfaces de compra, canais de comunicação e processos de ‘back-office’ pode ser exigente, embora os avanços tecnológicos possam ajudar”.
Defende ainda que os gabinetes de gestão da dívida soberana também “precisam de considerar que a emissão de instrumentos de retalho representa o envolvimento em atividades de mercado em grande parte privadas, onde os intermediários já facilitam o acesso público”.
A OCDE considera ainda que a procura a longo prazo por parte do retalho varia mais e não proporciona a mesma escala relativa na maioria dos mercados.
O relatório indica que o pico anterior, em 2020, da emissão total, entre os seis países referidos, em programas de dívida de retalho deveu-se em grande parte ao Reino Unido, onde o corte nas taxas diretoras não se refletiu inicialmente nas taxas dos produtos de retalho.
A OCDE refere que “em Portugal, os produtos oferecidos aos pequenos investidores têm taxas de juro atrativas indexadas à Euribor”.
Entre os produtos de dívida portuguesa que podem ser adquiridos a retalho por particulares incluem-se os Certificados de Aforro ou os Certificados do Tesouro.
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