O processo de certificação está pendente de revisão pela entidade da família do pintor, que gere os direitos de autor e certifica a autenticidade das suas obras, noticiou na segunda-feira a agência Efe.
Segundo o jornal Il Giorno, um negociante de segunda mão, Luigi Lo Rosso, encontrou uma tela enrolada na cave de uma vivenda na ilha de Capri (sul de Itália), no início da década de 1960, que levou para casa.
A obra, um retrato em estilo cubista da amante e musa do pintor de Málaga, Dora Maar – e da qual existe uma outra pintura semelhante reconhecida como original -, foi muito apreciada pela mulher do negociante.
Desde então, esteve pendurado durante meio século na sala de sua casa e, embora a pintura contenha uma assinatura que diz ‘Picasso’, o casal possuía-a sem ter consciência do valor que a obra poderia ter.
Só décadas mais tarde é que um dos seus filhos tentou fornecer mais pormenores sobre a autoria da pintura.
Recentemente, após vários estudos e uma análise final da assinatura da obra pela grafóloga forense e de arte Cinzia Altieri, chegou-se à conclusão que a assinatura é na verdade de Picasso.
A assinatura de Picasso “é autografada e atribuível à mão do mestre, desde que não haja provas que demonstrem a sua natureza apócrifa”, destacou o especialista, num relatório citado pelo Il Giorno.
Se assim for, o valor económico da pintura poderá atingir os 12 milhões de euros, refere o mesmo jornal.
No entanto, tudo isto está dependente da revisão e validação por parte da Administração Picasso, associação que pertence à família do pintor e estabelece parâmetros para os certificados de autenticidade das pinturas do artista.
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