Portugal registou um novo caso de monkeypox (mpox) em outubro, mantendo-se ativo o surto detetado em junho, segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS). 

 

O mais recente balanço divulgado pela DGS indica que, desde 1 de junho deste ano e 31 de outubro (período do surto ativo), foram notificados 11 casos – um novo registado no mês de outubro. 

Todos os casos são do sexo masculino e a idade  varia entre os 21 e os 50 anos, estado a mediana nos 34 anos, segundo a autoridade de saúde.

Dos casos confirmados, sete foram notificados na região Norte, três em Lisboa e Vale do Tejo e um no Algarve. Dez casos “são homens que tiveram sexo com homens”, quatro “estavam vacinados” e quatro “são pessoas que vivem com VIH”, indica a DGS. 

Considerando os 21 dias anteriores ao início dos sintomas, um caso “refere frequência de saunas”, seis “tiveram contactos sexuais com múltiplos parceiros”, dois “participaram em atividades de sexo em grupo e/ou anónimo” e dois casos referem “viagem ao estrangeiro”. 

Recorde-se que o primeiro alerta para a doença data de 03 de maio de 2022, com a confirmação laboratorial pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) de cinco casos do vírus em Portugal, o segundo país a reportar casos de um surto que veio a ser mundial.

Portugal identificou, até então, três surtos de mpox: o primeiro surto entre 03 de maio de 2022 e 27 de março de 2023, com 956 casos confirmados, incluindo dois óbitos em doentes imunocomprometidos; o segundo surto entre 1 de junho de 2023 e 31 de março de 2024 com 241 casos confirmados; e o terceiro surto, ainda ativo, desde 1 de junho de 2024, com 11 casos confirmados até 31 de outubro de 2024. 

O INSA tem efetuado a sequenciação de amostras positivas para o vírus, “tendo sido identificadas diferentes linhagens do clade II e subclade IIb”. Até à data, “não foram identificadas amostras de casos do clade I” (a variante mais perigosa da doença) ou “subclade Ib”. 

Desde o início da disponibilidade de vacinas (a 16 de julho de 2022) e 31 de outubro deste ano já foram vacinadas 10.880 pessoas. Das 19.158 inoculações, 17.810 (93%) ocorreram em contexto de pré-exposição. 

O mpox transmite-se sobretudo pelo contacto próximo com pessoas infetadas, incluindo por via sexual.

Ao contrário de surtos anteriores, em que as lesões eram visíveis sobretudo no peito, mãos e pés, a nova estirpe causa sintomas moderados e lesões nos genitais, tornando-o mais difícil de identificar, o que significa que as pessoas podem infetar terceiros sem saber que estão infetadas.

O mpox foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual RDCongo (antigo Zaire), com a propagação do subtipo Clade I (do qual a nova variante é uma mutação), que desde então tem estado principalmente confinado a países da África Ocidental e Central, onde os doentes são geralmente infetados por animais infetados.

Em 2022, uma epidemia mundial do subtipo clade II propagou-se a uma centena de países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais.

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