O secretário-geral do Partido Comunista (PCP), Paulo Raimundo, falou, este domingo, do Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa altura em que se assinalam 45 anos da sua existência.
“Não há democracia sem acesso generalizado de todos à saúde. Sem acesso à saúde não há democracia plena, essa democracia que atingimos com o 25 de Abril”, considerou, num discurso na Amadora, no distrito de Lisboa.
O comunista lembrou que, desde que nasceu, o SNS levou milhares de pessoas a terem cuidados de saúde.
“Muitas delas nunca tinham pisado um hospital, nunca se tinham sentado em frente de um médico ou enfermeiro”, apontou, referindo que a existência deste serviço permitiu a “diminuição drástica da mortalidade infantil, colocando o nosso país com menor mortalidade infantil”.
Raimundo elogiou ainda este sistema, dizendo que era “pioneiro e um dos melhores do mundo, reconhecido como tal”.
Mas na sua intervenção nesta tribuna pública denominada ’45 anos pelo direito à saúde’, Raimundo falou de que se por um lado a saúde é um direito, a doença “é também um grande negócio”.
“Se é verdade que hoje assinalamos os 45 anos do SNS, esse mesmo SNS de há 45 anos até esta parte está a ser atacado. Apesar das dificuldades todas, o SNS é o único que garante a todos o acesso à saúde – em todo o território e sem discriminações de qualquer tipo. Apesar dos problemas que enfrentamos, que são resultante das opções políticas dos sucessivos governos, [o SNS] continua a assegurar a esmagadora maioria dos cuidados de saúde à esmagadora maioria da população”, considerou.
Ainda na tribuna, Raimundo repetiu também uma ideia já transmitida, relacionada com eventuais casos de discriminação, apontando: “O SNS não pergunta quanto dinheiro cada um de nós tem na conta. O SNS não pergunta qual é a doença, para ver se trata ou não trata. O SNS não pergunta qual é o número da apólice do seguro para ver se trata ou mão. E, já agora, o SNS também não pergunta qual é a cor da pele, qual é a etnia e qual é a religião. Esta é a grande diferença do SNS.”
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