Seul acredita “ser possível que a Coreia do Norte tenha disponibilizado pessoal [civil] em vez de forças militares”, disse Kim Seon-ho, em Bruxelas, numa entrevista à agência de notícias sul-coreana Yonhap, divulgada hoje.

 

As declarações de Kim, que se encontra na capital belga para participar na cimeira ministerial da NATO, para a qual foram também convidados os parceiros da aliança militar na Ásia-Pacífico, surgiram um dia depois de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmar que Pyongyang se prepara para enviar dez mil soldados para a linha da frente.

Analistas disseram considerar que o fornecimento de tropas a Moscovo está em conformidade com o pacto estratégico assinado pela Coreia do Norte e pela Rússia em junho, que inclui uma cláusula de apoio mútuo no caso de um dos dois países ser atacado.

“Será determinado se se trata de pessoal civil ou de tropas assim que for recolhida, compilada e avaliada mais informação”, disse Kim durante a entrevista.

Até agora, ninguém fora da Ucrânia se mostrou disposto a confirmar as afirmações de Kiev sobre o envio de tropas, uma afirmação que Moscovo classificou como “uma farsa”.

“Se estão de facto a enviar tropas, é porque a Coreia do Norte sente a necessidade de o fazer para manter o seu regime vivo e está a pedir garantias à Rússia para atingir esse objetivo”, acrescentou Kim, acrescentando que, na sua opinião, a transferência de armas para Moscovo que Pyongyang tem vindo a realizar há mais de um ano “é também um ato de desespero”.

O regime norte-coreano nunca enviou tropas para combater fora das fronteiras do país desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53).

Desde 2023, e após o fracasso das conversações sobre a desnuclearização em 2019, Pyongyang reforçou a cooperação militar com Moscovo e virou completamente as costas ao diálogo com os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

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