Hugo Soares falava na sessão de abertura das jornadas parlamentares conjuntas do PSD/CDS-PP, na Assembleia da República, e que têm como tema “Um Orçamento do Estado para resolver os problemas das pessoas”.

 

“Que diabo, será assim tão difícil entendermo-nos quanto à baixa de impostos? Há alguém no país que não concorde com a redução de impostos?”, questionou.

Para Hugo Soares, “apenas por capricho, ou por taticismo eleitoral e partidário, ou por falta de capacidade de pôr o interesse nacional acima de qualquer pequeno interesse ou interesse partidário, é que é possível imaginar” que não haja entendimentos quanto à redução de impostos sobre os mais jovens e sobre as empresas.

“Não há como não haver entendimento, desde que haja responsabilidade, bom senso e sentido de Estado”, disse.

Sobre estes dois pontos – que o PS tem apresentado como as duas medidas que não aceita que constem do próximo Orçamento para o viabilizar -, o líder parlamentar do PSD acusou ainda os socialistas de terem andando “a enganar o país” e o Governo, “criando a expectativa de que havia uma hipótese de negociar as duas medidas do programa do Governo”.

O líder parlamentar do PSD defendeu que, quando PS disse, antes do verão, que rejeitava os modelos de IRS jovem e redução de IRC propostos pelo Governo, o executivo manifestou, em agosto e parte de setembro, “flexibilidade para modelar essas medidas”.

“Eu desafio qualquer polígrafo da nossa praça a demonstrar quando, durante um mês e meio, como ou onde, o PS disse não havia hipótese de negociação nem de modelação”, afirmou.

Na sexta-feira, depois do primeiro encontro com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre o OE, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que recusa documento com as alterações ao IRS Jovem e IRC propostas pelo Governo ou qualquer modelação dessas medidas.

Apesar de considerar que “há cada vez mais sinais de inflexibilidade por parte da oposição”, o líder parlamentar do PSD pediu “recato e responsabilidade” para que “tudo aquilo que é ainda possível fazer para salvar uma crise política” e para que o Orçamento do Estado para 2025 possa ser aprovado “não seja prejudicado pelo ruído mediático ou pelo combate político-partidário”.

Hugo Soares frisou ainda que o OE para 2025 ainda não é conhecido e defendeu que “as três principais medidas de redução de receita fiscal foram as escolhidas” e aprovadas no parlamento pelo Chega e IRS, referindo-se à forma de redução do IRS, eliminação de portagens em algumas antigas SCUT e baixa do IVA na eletricidade.

“Não deixa de ser curioso que os dois partidos que já compuseram no parlamento uma parte substancial do orçamento de Estado para 2025 sejam aqueles que mais resistências – para não dizer inflexibilidade total – têm mostrado à viabilização do orçamento”, criticou.

Momentos antes, o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, salientou que “não há memória de um primeiro orçamento de um Governo com maioria relativa que não tenha sido viabilizado em Portugal” e avisou que o chumbo da proposta de OE 2025 “terá consequências muito graves para todos os autarcas do país”.

“E por isso, a bem do interesse nacional, eu gostava de fazer hoje aqui um apelo ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. E o apelo é muito direto: ponha o interesse nacional à frente dos interesses partidários, é isso que o sentido de Estado exige”, apelou.

Paulo Núncio lembrou que “foi isso que o PSD e o CDS-PP fizeram quando estavam na oposição e viabilizaram inúmeros orçamentos apresentados por governos de maioria relativa do PS”, e defendeu que hoje são os socialistas que são chamados a “assumir responsabilidade política”.

“O chumbo do OE seria o chumbo do sentido de responsabilidade do PS e estou certo que nesse cenário os portugueses não deixariam de castigar tamanha irresponsabilidade política do PS”, considerou.

O centrista deixou também críticas ao Chega, afirmando que “os portugueses dispensam oposições que estão em ziguezagues constantes e assumem posições políticas que duram apenas um par de horas”

“Saudamos a posição corajosa do primeiro-ministro. À inflexibilidade e radicalismo do PS o Governo responde com moderação e dialogo. À inconstância permanente do Chega, a Aliança Democrática assume-se como fator de estabilidade”, afirmou.

[Notícia atualizada às 11h40]

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