Em causa estão 95 mil milhões de dólares (89 mil milhões de euros), dos quais a maior fatia, 61 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros), é destinada à assistência militar e financeira à Ucrânia, depois de um prolongado bloqueio da ala radical republicana na câmara baixa do Congresso norte-americano.

No pacote da Ucrânia, que poderá dar um novo impulso às forças ucranianas para contrariar os avanços da invasão russa registados nas últimas semanas, mais de um terço seria utilizado pelos Estados Unidos para reabastecer os seus arsenais militares, abrindo a porta a futuras transferências militares para Kiev.

Outra parte estará reservada à Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, que prevê aquisições do Pentágono na indústria de defesa norte-americana de sistemas modernos de armas para os militares ucranianos.

O financiamento inclui ainda verbas para as operações militares dos Estados Unidos na região, favorecendo igualmente as autoridades de Kiev, e ainda assistência financeira para o setor energético e outras infraestruturas, bastante castigadas nas últimas semanas pelos bombardeamentos russos, e despesas essenciais como o pagamento de pensões e salários na administração publica ucraniana.

Após um longo impasse, o pacote de ajuda externa foi aprovado de forma esmagadora numa sessão “relâmpago” no sábado na Câmara dos Representantes, de maioria republicana, em três leis separadas, tendo o líder do Senado, o democrata Chuck Schumer, imediatamente agendado a subsequente validação dos senadores para hoje.

O pacote de ajuda norte-americana prevê igualmente 13 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros) de assistência militar a Israel, aliado histórico dos Estados Unidos, em guerra há mais de seis meses com o movimento islamita palestiniano Hamas.

Mais de nove mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros) destinam-se, por outro lado, a “responder às necessidades urgentes de ajuda humanitária em Gaza e de outras populações vulneráveis no mundo”, segundo um resumo do documento.

Tal como o Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha pedido, o texto consagra mais de oito mil milhões de dólares (7,5 mil milhões de euros) para Washington fazer frente à China no plano militar, investindo em submarinos, e no plano económico, competindo com os grandes projetos chineses nos países em desenvolvimento.

Vários milhares de milhões de dólares são ainda destinados a apoiar Taiwan, uma ilha de 23 milhões de habitantes com governo próprio que a China considera uma das suas províncias.

O pacote teve como contrapartida várias prioridades republicanas que os democratas apoiaram, ou pelo menos estiveram dispostos a aceitar, como as propostas que permitem aos Estados Unidos confiscar ativos congelados do banco central russo para reconstruir a Ucrânia, impor sanções ao Irão, à Rússia, à China e às organizações criminosas que traficam fentanyl, e ainda legislação que impõe a proibição da aplicação Tik Tok a menos que deixe de ser propriedade chinesa.

No dia da votação na Câmara dos Representantes, o Pentágono disse que agiria rapidamente para enviar a ajuda para a Ucrânia se fosse aprovada pelo Congresso, referindo-se a equipamentos de defesa aérea e capacidades de artilharia.

Na segunda-feira, o Presidente norte-americano, Joe Biden, prometeu igualmente a chegada rápida de ajuda a Kiev, num telefonema ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, que, por sua vez, agradeceu um apoio “rápido, poderoso e que fortalecerá as capacidades de defesa aérea, de longo alcance e de artilharia” das forças de Kiev.

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