A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP) reuniram-se hoje em conselho geral, onde tomaram a decisão de cancelar a manifestação que estava agendada para segunda-feira, divulgaram estas organizações, em comunicado conjunto.

 

O protocolo de negociação tem seis reuniões agendadas, a próxima em 06 de novembro, decorrendo até 20 de dezembro.

“Já foram definidos alguns temas que vão ser debatidos [na negociação] e ficamos agora na expectativa para o dia 06, que vai ser para a negociação da tabela salarial e respetivos suplementos. Vamos ver de que forma é que corre essa reunião, o que é que o Governo também tem para apresentar de valores e depois nós avaliamos”, destacou à agência Lusa Sérgio Carvalho, do SNBP.

Sérgio Carvalho espera que a evolução das negociações tenha “um fim positivo”, para os bombeiros sapadores verem concretizadas “todas as legítimas ambições” e que “haja uma correção da injustiças que ao longo dos anos tem acontecido”, garantindo boa-fé e disponibilidade para negociar.

Entre os temas já definidos para negociação estão tabela salarial e subsídios, aposentações/reformas e o reconhecimento da profissão de bombeiro como de desgaste rápido, horário de trabalho/dotação de efetivos mínimos ao serviço e o Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP), destacaram a ANBP e SNBP, no comunicado.

“Na última reunião com o Governo, uma das questões trazidas pelos sindicatos foi a valorização, no mínimo, de 52 euros na tabela salarial, concedidos a outras carreiras da Administração Pública”, realçaram.

Ainda de acordo com a nota, os sindicatos também solicitaram o pagamento de retroativos referentes a essa atualização mas, em resposta, a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, informou que o pagamento de retroativos não será considerado, pois não faz parte da política do Governo atual.

A ANBP e SNBP sublinharam ainda que se as negociações com a tutela não avançarem de forma satisfatória, irão “avaliar e decidir as ações de luta que considerarem necessárias para assegurar que as suas reivindicações sejam ouvidas e atendidas”.

“Estamos com vontade de ajudar e ser parceiros do Governo nesta situação e tentar resolver os problemas, mas com as balizas bem definidas, que são públicas. (…) Esperamos que a revisão deste estatuto vá de encontro ao que é público e que os bombeiros ambicionam”, salientou Sérgio Carvalho.

No início do mês, centenas de profissionais manifestaram-se junto à Assembleia da República, tendo derrubado as grades de proteção ao edifício e ocupado a escadaria durante três horas, além de terem rebentado petardos e queimado pneus.

Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2025, entregue em 10 de outubro no parlamento, o Governo quer rever as remunerações e as novas regras para a aposentação dos bombeiros sapadores no primeiro trimestre do próximo ano.

Os Sapadores Bombeiros estão presentes em 25 cidades do país, com mais de três mil elementos.

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