“Todas estas decisões serão tomadas com muito cuidado, uma vez que o mercado é também muito competitivo e implacável”, declarou o porta-voz presidencial Dmitry Peskov à televisão estatal.

 

Peskov justificou que se um país perde o seu lugar no mercado internacional “são precisas décadas para, de alguma forma, recuperar posições”.

“Não existem lugares sagrados. O lugar dos nossos diamantes, se sairmos, será ocupado por outros, e o lugar do nosso petróleo será ocupado por outro petróleo, e assim por diante”, explicou.

Por isso, acrescentou: “Em primeiro lugar, é claro que ninguém fará nada para o prejudicar, e foi disso que o Presidente [Putin] disse”.

Recordou a propósito que a prática dos últimos 10 anos, desde que os Estados Unidos e a União Europeia adoptaram sanções contra Moscovo devido à anexação da península ucraniana da Crimeia, evidencia que a Rússia tem sido capaz de substituir totalmente os bens perecíveis ocidentais.

Por isso, sublinhou, tal política na exportação de titânio, urânio e níquel podem ser “benéficas” no interesse de uma maior independência tecnológica da Rússia.

Peskov reconheceu que as sanções obrigaram a Rússia a encontrar novas formas logísticas para os seus produtos chegarem aos mercados, embora tenha admitido que os custos estão a aumentar constantemente.

Esta semana, o Kremlin dissociou o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia da questão das exportações daquelas matérias-primas.

“Não, não têm nada a ver uma com a outra. Isto está relacionado com a prática ilegal de restrições comerciais”, disse Peskov.

Esta semana, Putin propôs ao primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, que considerasse a possibilidade de restringir as exportações de três minerais estratégicos: urânio, titânio e níquel.

A proposta fez disparar os preços destes minerais no mercado internacional, bem como o valor das ações das respetivas empresas mineiras.

Apesar da guerra, a Rússia continua a ser um dos maiores exportadores mundiais destes três minérios para os Estados Unidos, a China e os países europeus, pelo que quaisquer medidas restritivas implicariam grandes perdas para Moscovo.

Segundo os especialistas, se a Rússia adoptasse uma tal limitação, os países ocidentais teriam também dificuldade em encontrar, a curto prazo, uma alternativa ao urânio russo.

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