“Quero confirmar que o nosso país vai continuar a oferecer um amplo apoio aos nossos amigos africanos nas mais diversas esferas para garantir o seu desenvolvimento estável, a luta contra o terrorismo e o extremismo, o combate às epidemias, a solução para os problemas alimentares e a superação dos desastres naturais”, disse o Presidente russo no final da reunião, que decorreu este fim de semana na estância balnear de Socchi.

 

Na mensagem lida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, o chefe de Estado russo acrescentou que “os países de África gozam de um crescente prestígio na cena internacional”.

“Graças à sua política externa construtiva e pacífica, têm um papel cada vez mais importante nas soluções para os problemas mais importantes na agenda internacional”, afirmou.

A reunião do fim de semana, nas vésperas do arranque da COP 29, no Azerbaijão, juntou dezenas de líderes políticos e empresariais africanos e russos que, segundo as agências internacionais de notícias, debateram os principais temas internacionais, e segue-se à cimeira Rússia-África, no verão, onde o Presidente russo acolheu diversos líderes africanos e prometeu aprofundar os laços políticos e empresariais.

A conferência Rússia-África vai continuar com mais reuniões regulares nos próximos meses, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, para quem o encontro “arrasou com as esperanças sujas” de isolamento da Rússia e demonstrou a “multipolaridade” das relações internacionais.

A Rússia, afirmou, defende “uma reforma financeira que responde às aspirações e prioridades dos Estados da maioria do mundo e a voz de África deve ser mais escutada nos espaços internacionais económicos e financeiros”, a começar pelo Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, que foram acusados de não dar a estes países o apoio necessário.

“Os países mais necessitados de África não recebem o apoio financeiro necessário do FMI e do Banco Mundial”, já que os recursos estão a ser desviados para ajudar a Ucrânia, defendeu a porta-voz do Kremlin.

“Podem inventar todo o tipo de desculpas e histórias, mas nós sabemos a verdade e dizemo-la sem rodeios; tudo isto acontece porque desviam o grosso dos recursos para apoiar o regime de Kiev, dito diretamente, para apoiar a guerra”, afirmou.

Estas instituições financeiras internacionais, concluiu, são as principais executantes “das políticas neocolonialistas do Ocidente em África”.

O encontro ministerial deste fim de semana serviu para Moscovo tentar restabelecer os antigos laços soviéticos com os países africanos para ganhar influência no continente, apresentando-se como uma alternativa entre as antigas potências coloniais, os Estados Unidos e a China.

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