Rui Costa discursou este sábado na Assembleia Geral Ordinária do Benfica e um dos temas que abordou foi a questão dos direitos televisivos. No Estádio da Luz, o líder dos encarnados frisou que o clube “não aceita receber menos do que recebe atualmente”, não descartando nesse sentido traçar um caminho “sozinho”. 

“Quanto aos direitos televisivos, sabemos bem o valor que temos. Acreditamos que nesta altura, e até prova em contrário, valemos mais sozinhos do que integrados numa centralização cujos valores finais e matriz de distribuição está ainda longe de ficar definida. Nesse sentido, estamos a trabalhar para que no período de 2026 a 2028 o Benfica prossiga o seu caminho e volte, uma vez mais, a garantir um valor justo pela dimensão da sua marca e da sua história. Já o disse e reitero: o Benfica não aceita receber menos do que recebe atualmente e não sairá prejudicado com a centralização dos direitos televisivos”, ressalvou.

“Relativamente às questões da transparência e boas práticas: temos procurado informar os sócios de tudo o que fazemos. A cada mercado justifico cada uma das contratações, o seu racional e o que representa em termos de custos, bem como as vendas de jogadores. Fizemos uma auditoria a todos os contratos que estão na Operação Cartão Vermelho. Todos. Disponibilizámos essas conclusões aos sócios antes desta AG e entregámo-las ao Ministério Público. Vamos fazer uma nova auditoria aos contratos que estão sob investigação das autoridades, e assim será sempre que haja dúvidas por parte da justiça. Mais importante ainda, posso garantir que neste mandato praticamos as melhores práticas de compliance e aplicamos as indicações da FIFA para garantir total transparência”, vincou ainda Rui Costa.

O presidente do Benfica falou ainda da rubrica dos Fornecimentos e Serviços Externos [FSE], que tem feito correr muita tinta nas últimas horas.

“Relativamente aos FSE, tenho lido e ouvido muito durante estes dias. Mas vamos ser claros: tem sido um cavalo de batalha desta Direção estancar o crescimento anual dos FSE e garantir total prioridade à componente desportiva. Não há nenhum contrato que não tenha sido revisto e examinado em detalhe ao longo dos últimos três anos. É uma trajetória que está a ser revista e uma batalha que está a ser ganha apesar dos valores de inflação, dos compromissos assumidos e apesar de termos todas as equipas a competir na Europa como nunca tivemos, com todos os respetivos custos que tal representa. Insisto: tem sido das maiores batalhas internas garantir um investimento máximo na componente desportiva, diminuindo tudo o que é acessório. A prioridade máxima é vencer. Não vale a pena fazer disto um tema ou encontrar mártires onde eles não existem. Não contém comigo para aqui lavar roupa suja, não faz parte da história do Benfica, nem faz parte do meu carácter”, sublinhou.

“Mais um tema que virou arma de arremesso contra esta Direção, quando foi esta Direção que assumiu o compromisso de modernizar o clube e garantir uma participação abrangente de todos os sócios. Começou por criar uma Comissão, envolvendo várias sensibilidades, tendo cerca de 85% das suas propostas sido introduzidas no documento final da Direção. O documento foi posteriormente submetido à consideração dos sócios, tendo sido incorporadas várias das suas propostas. Nunca no Benfica houve uma discussão tão aberta, tão participada, tão abrangente e tão democrática para a mudança dos estatutos e a modernização do nosso Benfica. Iremos fazê-lo com a participação de todos, sem pressas nem precipitações. Estatutos modernos para entrarem em vigor no próximo mandato, daqui por ano e meio. O que pretendemos é que se aprovem estatutos para um grande Benfica no século XXI e não à medida do Presidente A ou B. E como prometido em campanha eleitoral, com limitação de mandatos”, resumiu Rui Costa.

Leia Também: Rui Costa fala entre pedidos de demissão: “Não há crise de liderança”

Compartilhar
Exit mobile version