No dia anterior, o primeiro de dois dias de reuniões, a tónica foi centrada na discussão dos conflitos internacionais, em especial a guerra na Ucrânia e em Gaza.

Mas, o ministro brasileiro, Mauro Viera, anfitrião do encontro, deu logo o mote para o dia de hoje dizendo ser “inaceitável paralisia do Conselho de Segurança da ONU em relação aos conflitos em curso”.

À margem da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, defendeu também reformas na governança global e afirmou estar-se a assistir a “uma degradação das instituições” internacionais.

“Estamos a assistir a uma degradação das instituições”, disse, numa posição em linha com a do Governo brasileiro, que considerou como uma das suas prioridades para a presidência do G20 a necessidade de reformas nas instituições de governança global, como nas Nações Unidas, Organização Mundial de Comércio e bancos multilaterais.

As discussões no dia de hoje servirão para estabelecer uma base de trabalho que será aprofundada numa segunda reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros a realizar em setembro em Nova Iorque, no âmbito da Assembleia das Nações Unidas, num evento sem precedentes no G20.

O Brasil, que assumiu a presidência do G20 a 01 de dezembro de 2023, é o anfitrião do encontro de dois dias que reúne no mesmo espaço os máximos responsáveis diplomáticos das 20 maiores economias do mundo, como o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o chanceler russo, Sergei Lavrov, mas também o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, os responsáveis da União Africana, autoridades dos países convidados da presidência brasileira, como o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, e representantes de doze organizações internacionais.

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, marca presença a convite do Brasil, assim como Angola, que se faz representar pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.

O Brasil, que exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de dezembro de 2023, convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização.

Até à Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, agendada para 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, realizar-se-ão mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho, em nível técnico e ministerial, em cinco regiões brasileiras.

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