“Quer a Federação Russa, quer a Ucrânia acusaram-se mutuamente e informaram a organização sobre acusações de utilização de armas químicas”, referiu a OPAQ, em comunicado, sublinhando que, de acordo com a informação fornecida por ambos os países e a informação disponível, não pode concluir que estes tipos de armas estejam a ser utilizados.

Esta organização que proíbe armas químicas alertou, no entanto, que a situação na Ucrânia “continua volátil e extremamente preocupante” no que diz respeito ao possível uso de armas químicas.

Apesar de ter sublinhado que em julho de 2023 ocorreu a destruição dos arsenais químicos declarados, “isto não significa que as armas químicas já não existam”.

A organização destacou, por isso, que “qualquer substância química utilizada pelas suas propriedades tóxicas com o objetivo de causar dano ou morte é considerada uma arma química”.

A OPAQ lembrou ainda que os estados signatários da Convenção sobre Armas Químicas têm “a obrigação declarar todos os agentes químicos tóxicos” que possuem.

Na semana passada o Governo norte-americano anunciou novas medidas contra a Rússia por, entre outras questões, utilizar armas químicas contra a Ucrânia. A Rússia, por sua vez, negou ter utilizado este tipo de armamento.

A OPAQ explicou, sobre estas medidas de Washington, que para realizar qualquer atividade relacionada com reclamações sobre a utilização de produtos químicos tóxicos como armas “seria necessário apresentar formalmente à OPAQ um pedido dos estados partes para realizar a referida atividade”, situação que, até ao memento, não ocorreu.

“Continuaremos a monitorizar a situação e manteremos a nossa vontade de mobilização. Permanecemos em contacto com os estados envolvidos e convidamos aqueles que possam ter informações fundamentadas a partilhá-las”, frisou ainda a agência.

A Convenção sobre Armas Químicas entrou em vigor em 1997.

A OPAQ ganhou o Prémio Nobel da Paz em 2013 pelos seus esforços para livrar o mundo das armas químicas e desempenhou um papel fundamental durante a guerra civil síria, conseguindo convencer Damasco a desmantelar o seu arsenal de armas químicas.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

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