Em declarações aos jornalistas no parlamento, após a conferência de imprensa da ministra da Justiça, a vice-presidente da bancada do PSD Andreia Neto saudou “a postura tranquila” com que Rita Alarcão Júdice e o Governo pautaram a sua atuação após a fuga de cinco reclusos no passado sábado.
“Queremos dizer aos portugueses que é bom que se habituem a um Governo que não age sob precipitação, que prefere ter conhecimento dos factos para depois poder falar ao país, aos portugueses”, afirmou.
Questionada se, como defenderam vários partidos da oposição, é necessário mais investimento no sistema prisional, Andreia Neto disse que o Governo tem estado “em estreita colaboração” com os sindicatos dos guardas prisionais, recordando que este Governo já aprovou um suplemento para esta classe profissional.
“O que foi feito é demonstrar total disponibilidade para trabalhar no futuro em prol das melhores condições e denunciar toda esta falta de segurança que aconteceu, e que acabou por culminar com a demissão do diretor dos serviços prisionais”, afirmou.
Antes, o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, tinha também destacado a aceitação pelo Governo do pedido de demissão de Rui Abrunhosa Gonçalves, considerando que “a culpa não morreu solteira” num caso que classificou de “muito grave”.
“O CDS considera muito positivas as explicações detalhadas da ministra da Justiça logo que lhe foi possível e as medidas anunciadas agora para evitar que este tipo de situação possa ocorrer no futuro”, disse, referindo-se às duas auditorias anunciadas pela governante.
Paulo Núncio salientou que a ministra não excluiu também a instauração de processos disciplinares e queixas-crime no Ministério Público “se se confirmar que houve colaboração de algumas pessoas nesta fuga”.
Questionado se a governante não deveria ter falado mais cedo, o deputado do CDS-PP considerou que “falou no tempo certo”.
“De nada servia prestar declarações quando não tinha ainda informação detalhada. O importante é agora adotar medidas para que esta falha não volta a repetir-se, é a reputação de Portugal que está em causa e o Governo leva muito a sério esta falha de segurança”, disse.
A ministra da Justiça anunciou hoje uma auditoria urgente à segurança dos 49 estabelecimentos prisionais de Portugal, que deverá ser entregue pela Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça até final do ano.
Além dessa, a ministra determinou uma segunda auditoria de gestão ao sistema prisional para avaliar a organização e afetação de recursos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e de todos os estabelecimentos prisionais do país.
Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
Leia Também: Isabel Leitão substitui Rui Abrunhosa Gonçalves à frente dos Serviços Prisionais
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com