“O Chega é o partido travesti da política madeirense. Veste o fato de ser contra a corrupção, mas por dentro tem a camisola do PSD”, afirmou o líder parlamentar do PS, Paulo Cafôfo, no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal.
Cafôfo intervinha no debate do projeto de resolução da autoria do Chega que recomenda ao Governo Regional a criação de um gabinete de transparência e combate à corrupção.
O responsável da maior bancada da oposição no parlamento madeirense (ocupa 11 dos 47 lugares no hemiciclo) realçou que este gabinete “já está inscrito no Orçamento Regional para fingir que é contra a corrupção, mas o Chega foi o primeiro a viabilizar um governo que está sob a alçada da justiça”.
“Em 48 anos de democracia nunca tivemos um Governo Regional com um presidente como arguido e três secretários sob suspeita. Isto não pode ser considerado uma normalidade”, declarou Paulo Cafôfo.
Para o eleito socialista, “a melhor forma de evitar a corrupção era haver mudança e alternância política na região”, opinando que o Chega “está a ser cúmplice do PSD”.
O Chega/Madeira defendeu hoje na Assembleia Regional a criação de um gabinete de transparência e combate à corrupção que seja uma entidade independente para promover a confiança nas instituições públicas.
“Queremos garantir que a corrupção não tem lugar na Madeira”, declarou o líder parlamentar do Chega, Miguel Castro, no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, na apresentação do projeto de resolução.
No articulado, o Chega sustenta que “a luta contra a corrupção na Região Autónoma da Madeira reveste-se de uma importância crucial para o desenvolvimento sustentável e para a efetiva consolidação da democracia”.
Também os deputados do PS Sancha Campanela, do PAN, Mónica Freitas, e da IL, Nuno Morna, recordaram que esta é uma medida já apresentada pelo Chega, que foi uma das suas “bandeira” nas negociações com o Governo Regional e incluída no Orçamento Regional/2024 e volta a surgir “recauchutada”.
O líder da bancada do JPP, Élvio Sousa, acrescentou: “Interpretamos isto [proposta] como um pleonasmo. O Chega foi enganado e deixou-se enganar (…) Este Governo [Regional] está a cheirar a corrupção”.
“O propósito de trazer este tema à discussão é ver o sentido de voto das forças políticas” que foi apresentada na anterior legislatura, respondeu o eleito do Chega Miguel Castro.
O deputado do Chega considerou que o partido “incomodou toda a gente” e o “propósito de ver o que pensavam e fariam partidos da oposição na prevenção do combate corrupção”, evidenciando que “ninguém quer acompanhar a medida porque dizem que é uma redundância”.
Por seu turno, Bruno Macedo, do PSD, referiu que a bancada “vê benefícios na iniciativa”, que já consta do Orçamento Regional/2024 e anunciou que o partido está disponível para votar a favor da proposta no plenário de quinta-feira.
Em debate esteve também projeto de resolução do CDS-PP que apela ao Governo da Venezuela que liberte os presos políticos e garanta o respeito pelos direitos humanos”.
Carlos Fernandes, do PSD, enunciou a situação de alguns dos resistentes ao atual regime da Venezuela, falou dos cerca de 2.000 detidos, incluindo crianças, da tortura e os tratamentos cruéis nas prisões naquele pais.
“Não podemos ficar nunca indiferentes”, sustentou, por seu turno, a eleita do JPP Lina Pereira, tendo o socialista Paulo Cafôfo reforçado ser necessário “dar voz a quem não tem voz” na Venezuela, como os mortos e os detidos, incluindo alguns lusodescendentes.
Em análise esteve outro projeto de resolução do deputado único da IL, Nuno Morna, recomendando que o Governo da República reconheça Edmundo González Urrutia como o Presidente da Venezuela, o que seria “um passo corajoso de Portugal”, indicando que já deu entrada de uma proposta para que o eleito seja convidado para estar na Assembleia da Madeira.
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