Fonte oficial do PS adiantou à Lusa que esta reunião foi convocada para quarta-feira e tem como ordem de trabalhos a marcação das eleições para presidente da FAUL.

 

Estas eleições surgem da sequência da demissão do presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, da liderança da FAUL, que foi conhecida na quarta-feira.

Ricardo Leão justificou a decisão com a necessidade de evitar que o partido seja prejudicado pela polémica suscitada pela aprovação de uma recomendação do Chega na autarquia relacionada com despejos em habitações municipais.

Um dia depois, o ex-secretário de Estado Miguel Prata Roque anunciou que se vai candidatar à presidência FAUL do PS.

“Estou a promover uma reflexão interna na distrital de Lisboa e com pessoas fora do PS sobre como uma esquerda moderna deve atrair mais pessoas para a participação política”, afirmou Prata Roque numa nota enviada à agência Lusa, na qual acrescentou que só prestará mais declarações à imprensa quando os órgãos do PS “decidirem se marcam eleições”.

Segundo adiantado nesse dia pela TSF, o gestor Pedro Pinto de Jesus, atual presidente interino da federação, também deverá disputar esta eleição para a FAUL.

No comunicado em que anunciou a sua demissão, Ricardo Leão agradeceu a “solidariedade e apoio” manifestado “por todos” os presidentes de concelhias da FAUL e “por todos” os presidentes de câmara eleitos no distrito de Lisboa.

“Não obstante, entendi ser esta a melhor decisão para me focar no meu trabalho na Câmara Municipal de Loures e prevenir que o Partido Socialista seja prejudicado por uma polémica criada pela descontextualização de uma recomendação aprovada por 64% dos vereadores da Câmara Municipal de Loures”, declarou.

Ricardo Leão adiantou que iria focar-se na recandidatura à Câmara Municipal de Loures, nas eleições autárquicas que se realizam em 2025.

A demissão aconteceu no dia em que o anterior secretário-geral do PS, António Costa, assinou um artigo no jornal Público, conjuntamente com os socialistas Pedro Silva Pereira e José Leitão, a demarcar-se da posição de Ricardo Leão.

Ainda antes desta demissão e na primeira reação a esta polémica, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, demarcou-se das declarações de Ricardo Leão e sublinhou que todos os eleitos do PS estão comprometidos com a lei, considerando que um momento menos bom do presidente da Câmara de Loures não o define.

O autarca socialista defendeu, numa reunião pública em 30 de outubro, o despejo de inquilinos em habitações municipais envolvidos nos distúrbios após a morte do cabo-verdiano Odair Moniz, baleado por um agente da PSP. PS e PSD aprovaram uma recomendação do Chega nesse sentido.

“É obvio que eu não quero que um criminoso que tenha participado nestes acontecimentos, se for ele o titular do contrato de arrendamento é para acabar e é para despejar, ponto final parágrafo”, afirmou então o autarca socialista.

No dia seguinte, Ricardo Leão esclareceu que só defende o despejo de inquilinos de habitações municipais que tenham sido condenados e o caso transitado em julgado, assegurando que o município “irá sempre cumprir a lei”.

Leia Também: Pedro Nuno Santos critica corte significativo no orçamento para a ciência

Compartilhar
Exit mobile version