“O senhor primeiro-ministro fala em vários pontos neste congresso de medidas que sempre foram nossas, que estão no nosso programa eleitoral, que estão na base da fundação do nosso partido (…). Digamos que o senhor primeiro-ministro baseou-se no programa eleitoral do Chega para fazer o seu discurso de encerramento”, afirmou o deputado Filipe Melo, ao comentar o discurso de Luis Montenegro no encerramento do 42.º Congresso Nacional do PSD, que decorreu em Braga.

 

Filipe Melo, que representou o Chega na sessão de encerramento da reunião, afirmou que o discurso do presidente do PSD agradou-lhe em parte mas que não percebe a posição do primeiro-ministro sobre questões como a imigração.

“Gostei em parte. A questão que o senhor primeiro-ministro fala da disciplina de Cidadania faz todo o sentido. Sublinhamos e aprovámos”, disse Filipe Melo.

O primeiro-ministro anunciou, no discurso de encerramento da reunião magna social-democrata que o Governo vai rever os programas do ensino básico e secundário, incluindo a disciplina de Educação para a Cidadania e que vão ser construídos dois centros de instalação temporária em Lisboa e no Porto para acolher casos de imigração ilegal ou irregular.

E se quanto à disciplina de Cidadania o primeiro-ministro mereceu aplausos, já sobre a imigração, o Chega deixou criticas: “Não percebo como é que o senhor primeiro-ministro, hoje, tem a capacidade de falar em imigração depois de ter boicotado as propostas do Chega, ter boicotado um referendo”, apontou Filipe Melo.

Para o representante do Chega, Luis Montenegro deixou de fora vários assuntos que o partido considera essenciais: “Há muitas medidas que o senhor primeiro-ministro passou à frente: a questão da Habitação, não ouvimos o senhor primeiro-ministro falar em habitação, questão da Saúde, dizem que estão a fazer progressos, nós não vemos, efetivamente, nenhum progresso, nós vemos retrocesso”, enumerou.

“Há um retrocesso claro em matéria de saúde que o senhor primeiro-ministro não conseguiu explicar o porquê, nem o que estão a tentar fazer para o futuro”, acrescentou.

Ao discurso de Montenegro faltaram também, segundo o Chega, palavras sobre o interior, ao passo que houve demasiadas medidas para Lisboa.

“Quando cada vez mais falamos na desertificação do interior, na falta de meios, na falta de assistência, na falta de trabalho das pessoas que estão no interior do pais, o senhor primeiro-ministro baseia um terço da sua intervenção a falar em Lisboa e nas obras que vai fazer em Lisboa, na grande metrópole, na margem sul, na margem norte”, disse.

E continuou: “O país não é só Lisboa, o país contempla de Norte a Sul e interior também e o senhor primeiro-ministro, mais uma vez, esqueceu-se das pessoas do interior do pais”.

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