A transferência do opositor e antigo governador do estado de Mérida teve lugar quarta-feira, aparentemente para uma audiência preliminar, segundo o filho, William Dávila Valeri.

 

“Informo que o meu pai, depois de ter sido hospitalizado em Caracas, foi transferido ontem [quarta-feira] à noite para o Helicoide pelo SEBIN, aparentemente para uma audiência preliminar. Esta informação não foi confirmada nem pelos seus familiares nem pelos seus advogados, e não recebemos qualquer notificação oficial do Estado ou do defensor público designado” denunciou na X, antigo Twitter

Na mesma rede social William Dávila Valeri sublinha que “o seu estado de saúde continua a ser delicado e um confinamento prolongado no Helicoide pode agravá-lo”.

Em 18 de agosto de 2024 familiares de Williams Dávila, pediram ao Governo da Venezuela para não o transferir de um hospital local para uma cadeia, advertindo que estariam a condená-lo à morte.

“O meu pai Williams Dávila, 73 anos, encontra-se, de momento, estável dentro da gravidade, a receber tratamento no hospital”, o filho na X onde explicou que antes de ser hospitalizado o pai esteve detido na cadeia de El Helicoide.

“Após cinco dias em El Helicoide, foi levado em estado grave. Seria condená-lo à morte voltar a esse lugar no seu estado atual e com a sua idade. Apelo ao bom senso”, acrescentou.

Em 15 de agosto, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu à Venezuela para adotar medidas que garantam a vida e a saúde de Dávila, renovando o estatuto de “situação de risco”.

“A CIDH analisou a continuidade da situação de risco identificada em 2017. A informação apresentada refletiu a persistência de ameaças, vigilância, intimidação, assédio e ataques contra Williams Dávila num contexto de perseguição sistemática da oposição política no país”, afirmou a organização em comunicado.

Em 14 de agosto, os familiares do opositor e antigo governador do estado de Mérida Williams Dávila Barrios denunciaram, que tinha sido hospitalizado em estado grave.

“Como filho, estou chocado e profundamente preocupado. As piores previsões estão a concretizar-se: o meu pai Williams Dávila, 73 anos, que foi sequestrado na quinta-feira passada por defender os valores democráticos, foi internado no hospital em estado grave”, tinha escrito William Alejandro Dávila Valeri, na X.

“É inconcebível que sejamos mantidos na escuridão, sem informações claras sobre a sua situação. Exijo respostas imediatas e responsabilizo o Governo [do Presidente, Nicolás Maduro] por esta violação dos direitos humanos”, acrescentou.

Em 09 de agosto, o Governo português exigiu às autoridades venezuelanas “a libertação imediata e incondicional de Williams Dávila Barrios”, com nacionalidade portuguesa.

Numa declaração na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou que “Portugal insiste na libertação dos opositores políticos detidos, na garantia da liberdade de manifestação política e na transparência democrática, em contacto estreito com os Estados da região e com os parceiros da UE”.

No texto, Paulo Rangel sublinhou que Dávila tinha sido detido “de modo arbitrário e com saúde precária”.

Williams Dávila, de 73 anos, foi detido em 08 de agosto na Plaza los Palos Grandes (leste de Caracas) por homens armados, após uma vigília pelos presos políticos, em que participaram centenas de pessoas.

Durante a vigília, alegados agentes das forças de segurança fotografaram alguns dos participantes e jornalistas que faziam a cobertura.

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