O conhecido adepto do F. C. Porto Vítor Catão devia ter conhecido, na tarde desta quinta-feira, a sentença do caso em que está acusado de ter sequestrado, coagido e ameaçado o empresário de futebol, com ligações ao Benfica, César Boaventura. Contudo, a audiência marcada para o Tribunal de Gondomar foi adiada devido a uma greve dos funcionários judiciais. O juiz terá, agora, de marcar nova data.
Vítor Catão chegou a Gondomar pouco depois das 14 horas pronto para ouvir a sentença. Mas mal entrou no tribunal foi informado que a audiência tinha sido adiada devido a uma greve dos funcionários judiciais. A ação reivindicativa está a ser promovida pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça desde 10 de janeiro, durante o período da tarde, para exigir o ingresso de funcionários judiciais, a promoção dos trabalhadores mais antigos e o pagamento de um suplemento já previsto na lei, mas que nunca foi liquidado.
Recorde-se que Vítor Catão, juntamente com um amigo, está acusado dos crimes de sequestro, coação, ameaças e ofensas à integridade física a César Boaventura. Os factos remontam a março de 2019 e foram transmitidos em direto pelo próprio Vítor Catão nas redes sociais. No vídeo de cerca de 10 minutos, feito com o telemóvel, o adepto do F. C. Porto aparece ao lado de Boaventura dentro de uma viatura, no parque do estádio do São Pedro da Cova, em Gondomar.
Aí, Catão confronta o empresário com afirmações que este teria feito e com uma dívida de mil euros ao clube, ameaça-o e chega a dar-lhe um estalo. Boaventura não reage. “Nunca tratei mal o senhor Pinto da Costa e jamais vou tratar”, diz o empresário ligado ao Benfica, em resposta a acusações e ameaças de Catão.
Nesse mesmo dia, César Boaventura garantia nas redes sociais que fora “coagido e ameaçado pelo senhor Vítor Catão com arma de fogo”. E apresentava queixa às autoridades. Vítor Catão e o amigo acabariam acusados de vários crimes pelo Ministério Público (MP), incluindo sequestro, ameaças, coação, gravações ilícitas e ofensas à integridade física simples.
Não foi ameaça, foi desabafo
Os dois arguidos requereram a abertura de instrução, alegando que a acusação se sustentava em meras conjeturas e ilações sem suporte probatório. Durante o debate instrutório, Vítor Catão negou ter sequestrado ou coagido Boaventura. Foi mais um “desabafo” em reação a comentários caluniosos e difamatórios que este havia feito sobre si, explicou.
Já o amigo testemunhou que apenas se queria despedir do amigo Catão e ficou à espera que este saísse do carro, sem nunca ter qualquer comportamento que intimidasse ou impedisse Boaventura de sair da viatura.