Agressor estava em liberdade condicional, depois de cumprir parte de pena de 20 anos.
Esperou à porta da escola, convenceu-os a entrar no carro, raptou-os, ameaçou-os e violou-os. No final, levou-os a casa. O último caso teve lugar, terça-feira, Vila do Conde. E houve mais um, pelo menos, na Póvoa de Varzim, a 9 de fevereiro. As vítimas foram dois rapazes, de 13 e 12 anos, e o alegado pedófilo, de 39, é um cadastrado que estava em liberdade condicional. Foi agora detido pela Polícia Judiciária e já está em prisão preventiva.
Em ambos os casos conhecidos, o suspeito, residente na zona, escolheu vítimas que faziam o percurso sozinhas, a pé, entre os transportes públicos e a escola.
Na terça-feira, abordou um rapaz de 13 anos. Disse-lhe que era pai de um aluno da mesma escola e tentar identificar uns jovens que teriam agredido o filho. Com a desculpa, convenceu o rapaz a entrar no carro para lhe mostrar umas fotografias, a ver se ele reconhecia os agressores.
Mal o menino entrou no carro, o suspeito arrancou e, pouco depois, usando uma réplica de arma de fogo, ameaçou-o e vendou-o, para ele não ver o caminho. O menor só sabe que, cerca de meia hora depois, acabou numa garagem, onde foi violado pelo homem, que fotografou e filmou tudo.
A vítima terá estado sequestrada cerca de quatro horas. No fim, o violador levou o rapaz a casa, ameaçando matá-lo se contasse a alguém o que acontecera. Ainda assim, o menor contou à mãe, foi transportado ao hospital.
Telemóvel prova crimes
A PJ acredita que o mesmo homem também é responsável por um caso em tudo idêntico, ocorrido na vizinha Póvoa de Varzim, a 9 de Fevereiro. A vítima, ali, foi um jovem de 12 anos. A diferença é que terá sido violado num local ermo e não numa garagem.
Já com este primeiro caso em investigação e uma descrição do agressor coincidente com que viria a fazer a vítima de Vila do Conde, a PJ deteve o homem de 39 anos na sexta-feira e encontrou no seu telemóvel fotografias e vídeos de abusos.
O detido estava em liberdade condicional, após cumprir parte de uma pena de 20 anos de prisão por roubos e ofensas corporais, mas não tinha antecedentes de pedofilia. Agora, sim, é suspeito de violação e pornografia de menores, bem como de rapto agravado. E a PJ admite que possa haver vítimas que, por medo ou vergonha, ainda não tenham apresentado queixa.