A Polícia Judiciária desmantelou um esquema de fornecimento de falsas cartas de condução, liderada por um indivíduo de Santarém que alegava ter contactos privilegiados no Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT). Cinco pessoas foram detidas.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o suspeito prometia aos “clientes” que tinha a capacidade de fornecer cartas de condução oficiais, sem que os candidatos se sujeitassem aos exames obrigatórios. Através de contactos pessoais e círculo de amigos terá conseguido angariar dezenas de clientes, nos últimos meses.
Conseguia convencê-los que tinha contactos no IMTT capazes de emitir os documentos. O homem conseguia de facto arranjar as cartas de condução, mas eram falsificadas. Os “clientes” pagavam as quantias acertadas, pensando que obtinham documentos válidos. A investigação da Polícia Judiciária de Lisboa ainda está a apurar de que forma ele conseguia falsificar os documentos, mas já afastou qualquer hipótese de existir um esquema de corrupção com funcionários do IMTT.
Também alegando contactos privilegiados, o homem prometia legalizar estrangeiros em situação irregular. Para isso, garantia que tinha amigos no SEF capazes de dar andamento aos processos, mediante uma contrapartida financeira. Era tudo mentira.
Na manhã desta quarta-feira, a PJ lançou uma operação de âmbito nacional que “envolveu mais de 100 elementos de diversas Unidades desta Polícia, na qual se contou igualmente com a prestimosa colaboração de elementos da PSP, GNR e SEF”, adianta a PJ, que deteve cinco pessoas, com idades entre os 32 e os 51 anos.
Entre elas está o mentor do esquema, assim como três homens e uma mulher presos em flagrante delito por posse de documentos falsificados e de armas proibidas.
O inquérito tutelado pelo DCIAP levou à realização de 24 buscas domiciliárias, realizadas em diferentes pontos do país, contando com a colaboração da PSP, GNR e SEF.