A “Operação Babel” que motivou buscas esta terça-feira às câmaras de Gaia e Porto tem por base suspeitas de corrupção em negócios imobiliários de 300 milhões de euros.
A investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária (PJ) originou a detenção de sete pessoas, entre elas o vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, Patrocínio Azevedo.
Subornos para licenciar construções
Em causa estão “suspeitas de viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros”, informa a PJ em comunicado.
Esta terça-feira foram realizadas 55 buscas domiciliárias e não domiciliárias, para recolha de prova de atos de corrupção, bem como da reiterada viciação de procedimentos de contratação pública.
Foram já constituídos 12 arguidos, estando os detidos, um titular de cargo político, dois funcionários de serviços autárquicos, um funcionário de Direção Regional de Cultura do Norte, dois empresários e um profissional liberal, indiciados pela prática dos crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem, corrupção ativa e passiva, prevaricação e abuso de poder praticados por e sobre funcionário ou titular de cargo político.
No âmbito desta operação estiveram presentes magistrados do DIAP Regional, 130 investigadores criminais da Diretoria do Norte e de diversas unidades da PJ, bem como peritos informáticos e financeiros desta Polícia.
Os detidos vão ser presentes no Tribunal de Instrução Criminal do Porto para primeiro interrogatório judicial.