Um dos três membros da quadrilha albanesa que fez assaltos milionários no Minho fugiu à GNR, em Vila Nova de Cerveira, por os militares pensarem que se tratava de um colega, deixando-o escapar num carro da Guarda, com armas no interior, tendo fugido para Espanha.
O episódio foi contado esta segunda feira em tribunal, durante o julgamento da quadrilha, por um militar da GNR de Braga envolvido na operação. O fugitivo, Desard Marku, que abandonou a viatura na Galiza, continua a monte. Edi Gjonaj e Artur Zisko foram capturados na mesma noite, em fevereiro passado, em Candemil, e começaram a ser julgados.
As armas – uma pistola-metralhadora MfG&Thomet AG 9mm e uma shot-gun Fabarm 12mm, do Grupo de Intervenção e de Operações Especiais (GIOE) – foram recuperadas, em Tui, na Galiza, na sequência da operação “Gerbera-Arvoredo”, da Guarda Civil de Pontevedra com o apoio da GNR de Braga.
“Ele entrou no carro da GNR de forma tão calma e despreocupada que eu pensei tratar-se de um colega nosso e, não desconfiando quem era, até desviei o meu carro para ele passar. Fiquei admirado, até perceber que ele fazia parte da quadrilha”, explicou o militar.
O Ministério Público imputa ao grupo o furto de cerca de meio milhão de euros em bens de casas no Minho com os donos ausentes no Natal de 2021. Já tinham escapado à GNR, após o assalto à casa de um procurador da República, em Braga.
Os arguidos estão acusados dos crimes de associação criminosa, furto qualificado e falsificação de documentos.