Um reformado inglês que, em conjunto com a mulher, foi condenado a oito anos de prisão por traficar droga num cruzeiro de luxo já foi extraditado de Portugal para cumprir pena no Reino Unido, avançou esta semana a imprensa britânica. O homem chegou a escrever uma carta ao ex-primeiro-ministro inglês Boris Johnson, a dar conta de ratos e baratas na cela que ocupava no Estabelecimento Prisional de Lisboa.
Tal como o JN noticiou em 2018, os dois septuagenários foram detidos pela Polícia Judiciária na posse de mais de nove quilos de cocaína, avaliados em 63 milhões de euros, quando o paquete em que seguiam atracou no Terminal de Cruzeiros de Lisboa.
Ambos teriam sido contratados por uma organização criminosa para traficar droga entre as Caraíbas e a Europa. Por isso, e para não levantar suspeitas às autoridades, o casal recorria a cruzeiros, que, ao longo de um mês, passavam por vários locais de uma rota de sonho. Roger e Susan Clark, que já tinham antecedentes criminais, acabariam detidos.
Foi já durante a reclusão que o reformado chegou a enviar uma carta ao antigo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a descrever as “condições repugnantes” do Estabelecimento Prisional de Lisboa.
“As condições são realmente repugnantes, sem ar condicionado, sem aquecimento e há muitas celas que nem iluminação têm. Há ratos, alguns do tamanho de coelhos, e milhões de baratas, de insetos horríveis”, disse, na altura, ao jornal britânico “The Mirror”.
A pretensão de mudança de cadeia só seria acolhida meses depois de a mulher ter falecido, no ano passado, depois de não ter resistido a um cancro, ainda quando estava na cadeia de Tires.