Um homem foi detido, na tarde deste domingo, após ter invadido, de carro, a Urgência do Hospital de Cascais. Num direto emitido no Facebook, Hugo Lopes dá conta de um problema de saúde que o atormenta há cerca de dois anos e meio e lamenta a falta de cuidados de saúde.
No vídeo, gravado no interior do carro, Hugo Lopes conta que, desde novembro de 2020, após uma intervenção cirurgia num hospital privado, deixou de conseguir evacuar normalmente. “É um esforço titânico, agravado, desde há quatro meses por uma hérnia. Como uma sopa e ela está meia dúzia de horas até passar para o intestino, Nem água consigo beber”, conta.
Hugo Lopes, que ainda esteve barricado cerca de um minuto no interior do carro aguardando a chegada da GNR, conta que já passou por três hospitais privados, incluindo aquele onde foi operado às hemorroidas, intervenção que marcou o início de um “sofrimento prolongado e tratamentos médicos medievais” e pelo Hospital de Cascais.
Dirigindo um apelo direto ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, Hugo Lopes descreve como andou “a saltar de consulta em consulta, do médico de família para o Hospital de Cascais, de consulta adiada por erro informático” e de como, no passado dia 1, entrou em pânico na Urgência daquela unidade, quando a médica que o consultou lhe receitou cloreto de sódio (sal).
“Dei entrada às 8 horas, pois estava com apenas 34,5º de temperatura. Quando fui consultado e me receitaram cloreto de sódio entrei em pânico e fugi para as camionetas. A minha confiança na classe médica está a zero, apesar de saber que não são todos iguais. Fiz oito exames no privado e dizem-me que não tenho problemas físicos. Sinto-me a morrer. Mas também não me interessa viver neste sofrimento”, relatou, antes de arrancar para a Urgência.