O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, é um dos 12 arguidos constituídos, esta terça-feira, na Operação Babel, mas por questões não relacionadas com o urbanismo.
Segundo apurou o JN, a investigação da Diretoria do Norte, dirigida pelo Departamento Regional de Investigação e Ação Penal, começou há cerca de um ano e visou, além de suspeitas de crimes de corrupção, “práticas dirigidas ao beneficio de particulares no setor do recrutamento de recursos humanos e prestação de serviços, por parte do executivo municipal visado”. O Observador adianta que Eduardo Vítor Rodrigues terá sido constituído arguido por suspeitas relacionadas com a contratação de militantes do PS.
De referir que, esta terça-feira, a Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara Municipal de Gaia e do Porto. Em causa estão suspeitas de crimes de corrupção e recebimento indevido de vantagem relacionados com a área do urbanismo. Sete pessoas foram detidas, incluindo o vice-presidente da Autarquia gaiense, Patrocínio Azevedo. Na Câmara do Porto, foi apreendido o telemóvel do vereador do Urbanismo, Pedro Baganha.
As buscas, sabe o JN, decorreran nas câmaras de Gaia e do Porto e em outros locais, envolvendo 130 investigadores criminais da PJ.
Entre os detidos pela PJ está Elad Dror, CEO do grupo Fortera, uma empresa com capitais israelitas que vai construir, em Gaia, o Skyline, o edifício mais alto do país, com 28 andares. O grupo tem mais dois investimentos em Gaia.
O grupo referiu, em comunicado, que “Elad Dror se encontra nas instalações da Polícia Judiciária, no Porto, e que irá colaborar com a Justiça para o esclarecimento de qualquer facto que lhe possa ser imputado”.
“Neste momento, não há ainda conhecimento dos contornos que serão necessários esclarecer. A empresa tem em curso um investimento relevante na área de Gaia e poderá ser em torno do mesmo que será necessário prestar esclarecimentos. Reafirmamos que iremos colaborar ativamente com a investigação”, conclui a empresa.
O Fortera, que está sediado na Rua do Rei Ramiro, tem em Portugal mais de 20 projetos, distribuídos por Gaia, Espinho, Porto e Braga, que contemplam mil apartamentos, 818 quartos de hotel, num investimento total de 750 milhões de euros e uma área de construção de 235 mil metros quadrados.