Toni Coutinho, o homem de 45 anos que matou a mulher em junho de 2022, no Marco de Canaveses, começou ontem a ser julgado no Tribunal de Penafiel, onde confessou o crime e pediu perdão aos dois filhos, frutos do seu casamento de vários anos com Cláudia Serra, de quem se tinha separado há 11 anos, apesar de partilharem o mesmo teto.
“Assumo a responsabilidade, mas não pretendia matá-la”, disse Toni Coutinho, ontem, no Tribunal, onde responde pelos crimes de homicídio qualificado, violência doméstica e detenção de arma proibida.
Ao coletivo de juízes, e apesar de não querer prestar declarações sobre os factos que constam da acusação, o comerciante do Marco de Canaveses pediu perdão aos filhos e à família da companheira. “Quero pedir perdão aos meus filhos, sei que nunca mais vou voltar a vê-los. Amei-a e ainda a continuo a amar”, referiu, acrescentando ainda que a sua intenção era matar-se depois de ter cometido o crime.
Segundo a acusação, Cláudia Serra, de 39 anos, e Tony Coutinho, tiveram um casamento de vários anos, marcado por discussões violentas, com troca de acusações de infidelidade. Um desses episódios foi ontem relatado ao Tribunal por um militar da GNR, que deu nota de que anteriormente tinham sido chamados por Cláudia Serra à habitação do casal, mas, quando lá chegaram, a mulher negou as agressões, dizendo que apenas estavam a discutir.
No dia 20 de junho do ano passado, Toni Coutinho muniu-se de uma arma e, no rés-do-chão da habitação que partilhavam, onde a mulher explorava um salão de cabeleireiro e estética, deu-lhe um tiro na cabeça a curta distância. Cláudia foi assistida e hospitalizada, mas morreu quatro dias depois no hospital.
Toni Coutinho fugiu, mas acabou por ser detido dois dias depois e colocado em prisão preventiva.