O líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Hugo Soares, rejeitou, este domingo, as afirmações do secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, sobre as alegadas intenções do Governo de privatizar o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
“Um cidadão português quando está doente está pouco preocupado sobre se quem o socorre, quem o atende, é o Serviço Nacional de Saúde (SNS), se é o privado, se são as misericórdias… Não quer é pagar e quer ter o serviço. E é isso que o Estado tem de garantir”, começou por afirmar em declarações aos jornalistas transmitidas pela SIC Notícias.
No entanto, frisou que “o doutor Pedro Nuno Santos pode estar descansado” porque “não está em curso nenhuma privatização, nem do SNS, nem do INEM”.
As acusações começaram no sábado, quando o socialista comentou uma eventual privatização do INEM, com base nas declarações da ministra da Saúde que, segundo Pedro Nuno Santos, “disse que queria que o INEM fosse apenas um coordenador e não prestador”.
Para Pedro Nuno Santos, essa afirmação da ministra quer dizer que “desiste do INEM e a sua solução, aparentemente, é privatizar a prestação da emergência médica em Portugal”.
Confrontada com as acusações do líder socialista, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, frisou que não “queria falar sobre o INEM”.
“Eu compreendo que queiram falar sobre o INEM, mas eu não vou falar sobre o INEM”, disse a ministra Ana Paula Martins, em Braga, à entrada para uma sessão do roteiro “Orçamento do Estado 2025 – Portugal no Bom Caminho”.
Sublinhe-se que o Ministério Público (MP) abriu sete inquéritos às mortes possivelmente relacionadas com falhas no socorro do INEM. Além dos inquéritos abertos pelo MP, as falhas no socorro por parte INEM, designadamente atrasos no atendimento de chamadas, motivaram igualmente a abertura de um inquérito pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), que no dia 4 de novembro coincidiu com a greve da função pública.
A greve dos TEPH acabou por ser suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.
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