Esta conclusão foi apontada em relatório dos congressistas dos EUA.

“Durante mais de meio século, as Grandes Petrolíferas [‘Big Oil’] enganaram o público a propósito da sua responsabilidade na crise climática, fazendo tudo o que estava ao seu alcance para que os EUA e o mundo inteiro continuassem dependentes dos seus produtos poluentes”, denuncia o relatório de uma comissão de inquérito da Câmara dos Representantes, divulgado na terça-feira.

As ‘Big Oil’ são os seis conglomerados e organismos analisados ao detalhe neste inquérito, lançado em setembro de 2021: ExxonMobil, Chevron, BP America, Shell, American Petroleum Institute (API) — representante do setor petrolífero — e a Câmara de Comércio.

“Todas as seis (…) fizeram obstrução e atrasaram” este inquérito, recusando de se submeter, sublinhou-se no relatório de 65 páginas “Denegação, desinformação e linguagem dupla: Evolução dos esforços das ‘Big Oil’ para esquivar a responsabilidade pelo aquecimento global”.

Depois de ter qualificado as alterações climáticas de “mentira” e inclusive ter negado a sua existência, destacou-se no relatório, o setor petrolífero foi obrigado a “mudar de posição” perante a ciência “que se tornou demasiado evidente para continuar a ser negada”.

Perante esta situação, as ‘Big Oil’ “elaboraram uma campanha de engano e linguagem dupla — apoiada por um exército de organismos profissionais -, afirmando publicamente apoiar a ação climática, mas agindo nos bastidores para as evitar”.

Mas também, acrescentaram os congressistas, afirmando que o gás natural era “seguro” para o clima e que poderia servir de “energia de transição para um futuro sem energia fóssil”.

O documento concluiu que “é mais do que tempo de colocar as ‘Big Oil’ perante as suas responsabilidades pela sua campanha de mentiras e de tomar ações para remediar os estragos que causaram”.

Esta não foi a primeira vez em que os grupos petrolíferos são acusados de conhecerem desde há várias décadas os efeitos nefastos das energias fósseis sobre o clima.

Em janeiro de 2023, um estudo divulgado pela revista Science revelou a acuidade notável das previsões dos cientistas da ExxonMobil em termos de subida das temperaturas, algumas das quais datadas de 1977.

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