No requerimento, dirigido ao presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, o deputado Filipe Neto Brandão, a bancada comunista escreve que a Caixa Geral de Depósitos “tem estado sujeita a uma gestão estritamente orientada para a redução de custos e para a maximização dos resultados, em linha com os desenvolvimentos do seu plano de recapitalização imposto pela Comissão Europeia e prontamente aceite pelo Governo português de então”.

 

Os deputados do PCP salientam que a Caixa Geral de Depósitos “é a única instituição bancária de capitais exclusivamente públicos, o que lhe atribui um papel central no funcionamento do sistema financeiro, na defesa do interesse nacional e no serviço às populações”.

A bancada comunista realça que “ao mesmo tempo, o acesso a serviços bancários é cada vez mais determinante na realização de tarefas quotidianas, constituindo uma verdadeira necessidade, não apenas para o funcionamento da economia em geral, mas para a realização de pagamentos de serviços e para levantamentos em numerário, ao nível particular”.

Na exposição de motivos lê-se ainda que “a crescente automação do setor penaliza os trabalhadores e os utentes da CGD, na medida em que sujeita milhares de trabalhadores à relocalização e à diminuição do número de postos de trabalho, enquanto deixa cada vez mais utentes sem acesso a um balcão e serviços associados”.

“As recentes notícias que dão nota da minimização de serviços num conjunto de balcões do interior do país e das ilhas suscitam as maiores preocupações junto dos trabalhadores da instituição e dos autarcas e populações visadas. De acordo com essas notícias, a gestão da CGD prepara uma diminuição de serviços, nomeadamente de tesouraria, e a automação de serviços antes prestados pessoalmente nos balcões num vasto conjunto de localidades já penalizadas pela sua condição geográfica”, lê-se no texto.

Os deputados comunistas alertam que “é precisamente nestas geografias que se sente mais o peso do envelhecimento da população e da falta de informação sobre utilização de meios informatizados”, sendo o acesso à CGD determinante para a realização de pagamentos e levantamentos por parte das populações.

“Assim, tendo em conta que a CGD deve comportar um elemento de serviço público, não pode retirar-se dos locais em que faz mais falta, nem criar esse espaço para a privatização ou extinção de mais serviços no interior e ilhas”, considera o PCP.

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