Ao participar na manifestação “Administração Local em Luta Pela Valorização das Profissões” promovida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local — STAL, Paulo Raimundo defendeu a importância dos funcionários das administrações locais, afirmando que são “quem põe o país a funcionar” e merecem respeito, aumentos salariais e evolução nas carreiras.

“Estes trabalhadores garantem por todos os municípios do país que as coisas funcionam, que os serviços públicos funcionam. Esta gente merece respeito, merece evolução das suas carreiras, merece evolução das suas profissões e, acima de tudo, aumento dos salários, que é a questão fundamental”, afirmou o secretário-geral do PCP.

Para Raimundo, numa altura em que “tanta gente se preocupa com a chamada estabilidade política”, é preciso “garantir a estabilidade da vida destas pessoas”.

O dirigente comunista sublinhou que “sem os municípios a funcionar, o país não funciona” e que é preciso que o Governo assuma uma política que “responda às necessidades da maioria” e “não de uma pequena minoria”.

O líder comunista defendeu que esta manifestação, que reuniu centenas de trabalhadores em Lisboa, “é uma grande demonstração de força e determinação”, mas não tem “nenhuma ilusão sobre as opções políticas do Governo, nem os interesses que defende”.

“Os interesses que o Governo defende são os interesses dos grupos económicos. Ora, os grupos económicos o que querem são três coisas: Pressionar os salários, desregular horários e aumentar a precariedade. E o Governo, infelizmente, tem toda uma atuação que vai nesse sentido”, argumentou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP adiantou ainda a pergunta que será feita ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, no debate desta quarta-feira na Assembleia da República com o chefe do Governo. 

“Avanço já, que é para lhe dar tempo de responder à pergunta: qual é o contributo dos 12 milhões de euros lucros da banca, por dia, para o problema da habitação. O primeiro-ministro tem já 24 horas de vantagem para procurar a resposta. Vamos ver se desta vez responderá”, atirou Paulo Raimundo

Questionado pelos jornalistas sobre o projeto-piloto da semana de quatro dias que esteve em curso ao longo destes últimos meses em Portugal, Paulo Raimundo ressalvou que não menospreza essa experiência, mas defendeu que não se pode “com essa iniciativa, esconder a realidade”.

“A realidade é que nós estamos longe das oito horas de trabalho para todos os trabalhadores. O que nós precisamos é da redução do horário do horário de trabalho para as 35 horas (…) e não podemos esquecer uma outra realidade, que são aqueles 1.8 milhões de trabalhadores que trabalham fim de semana, trabalho por turnos, trabalho noturnos, que estão muito longe dessa realidade dos quatro dias de trabalho”, defendeu o secretário-geral do PCP.

Os trabalhadores da Administração Local realizam hoje um pré-aviso de greve e vão entregar um abaixo-assinado ao Governo, reivindicando uma “justa compensação pela natureza específica das funções que desempenham diariamente”.

Ao abrigo de um pré-aviso de greve de 24 horas, os trabalhadores da Administração Local vão concentrar-se no Largo do Rato, em Lisboa, às 10:30, e deslocar-se depois para o Palácio de São Bento, onde entregarão um abaixo-assinado com “mais de 17 mil assinaturas”, 10% das quais recolhidas no concelho de Lisboa.

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