Artur Lima, líder do CDS-PP/Açores, destacou à agência Lusa, no final do 26.º Congresso Regional do PSD/Açores, em Ponta Delgada, que nos discursos de encerramento, “tenha sido enfatizado pelos presidentes do PSD/Madeira [Miguel Albuquerque] e do PSD/Açores [José Manuel Bolieiro], a dimensão atlântica de Portugal e que as ilhas conferem a Portugal Continental”.

 

Acrescentou que “a fronteira atlântica da Europa são os Açores”, o que deve ser valorizado “no centralismo do continente e, pior do que isso, no centralismo europeu”.

O líder do CDS-PP açoriano, que assistiu ao encerramento do congresso, disse ainda que para o partido é “uma honra” estar numa coligação presidida por José Manuel Bolieiro, “para a qual o CDS foi decisivo em 2020”: “Mas é um orgulho estar com o presidente Bolieiro, num Governo [Regional] liderado por José Manuel Bolieiro”, afirmou.

Quanto ao processo das eleições autárquicas de 2025, Artur Lima referiu que o CDS-PP “vale por si próprio” e está disponível para dialogar com os atuais parceiros do Governo Regional (PSD e PPM), “num quadro de lealdade biunívoca e institucional”.

“Estamos disponíveis, mas valemos por nós próprios, como valíamos para as [eleições] regionais em 2020”, assegurou Artur Lima.

Por sua vez, Paulo Estevão, líder do PPM/Açores, que também esteve presente, referiu à Lusa que os Açores dão “uma dimensão geoestratégica ao país” e sem essa projeção atlântica “Portugal seria um pequeno país peninsular” e Europeu e “não seria um grande país oceânico”.

Assumiu, no entanto, que a esta dimensão é preciso dar-lhe “projeção financeira” por parte do Estado e da Região Autónoma dos Açores.

Paulo Estêvão também aludiu à vertente espacial, lembrando que a sede da Agência Espacial Portuguesa que vai ser inaugurada em novembro, é “muito importante” para a região.

O líder do PPM açoriano disse ainda que gostou do discurso de José Manuel Bolieiro, realçando os resultados alcançados nos setores da educação e ao nível da criação de emprego.

Paulo Estêvão referiu também que é preciso eliminar a alteração que foi feita pela ‘troika’ “que impede que os Açores recebam 2.1%do IVA, que é o que corresponde à sua população, porque nesses 2.1% é descontado a diminuição da pressão fiscal nos Açores que é na área dos 30%”.

“Ou seja, nós retiramos essa pressão fiscal aos açorianos e esse dinheiro fica no território continental. Não é justo, tem de terminar, e é uma quantia muito significativa, mais de 150 milhões de euros. Esse problema tem que ser resolvido”, disse.

O também secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, salientou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, referenciou no seu discurso “que essas alterações têm que ser feitas ao nível da Lei das Finanças Regionais”, mas, na sua opinião, “é necessário que essa alteração seja feita antes”.

Pelo partido Chega, o deputado na Assembleia da República Miguel Arruda declarou à Antena 1/Açores que recebeu “muito bem” o discurso do líder regional do PSD: “Não temos problemas em aprovar ideias construtivas” de José Manuel Bolieiro, assumiu.

Já em relação ao discurso de Luís Montenegro, salientou que faz “anúncios e mais anúncios”, mas “obra concreta ainda não se viu”, alegando que “fala uma coisa e depois apresenta propostas antagónicas”.

Arruda sugeriu que o primeiro-ministro e líder do PSD “devia ver como faz o Governo dos Açores, onde há parceria estratégica entre Chega e PSD”.

O 26.º Congresso Regional do PSD/Açores, que começou na sexta-feira em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, contou na sessão de encerramento com a presença do líder nacional e primeiro-ministro Luís Montenegro.

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