“Quando eu falo de governo, pode ser governo numa freguesia, não tem que ser no governo da nação. Governo com vontade de governar, com vontade de fazer coisas, com vontade de estudar as coisas baseada em factos, baseada em ciência, e trazer propostas, soluções para a comunidade. É um caminho mais difícil, o populismo é mais fácil”, declarou José Cardoso, ex-militante da Iniciativa Liberal.

 

O dirigente falava aos jornalistas à saída do Tribunal Constitucional (TC), Lisboa, após entregar 7.800 assinaturas (físicas e digitais), mais 300 dos que as legalmente necessárias para o registo de um novo partido político, processo que estima que demore “três meses”, a tempo de poder concorrer às eleições autárquicas de 2025.

José Cardoso disse que o PLS visa responder ao que considera ser a ausência de um partido defensor do liberalismo social no cenário político português e recusou posicionar-se “à esquerda ou à direita”, alegando que tal caracterização está “fora de moda”.

“De uma forma muito simplista, encontrar aqui um PSD mais liberal ou encontrar uma Iniciativa Liberal mais social, mas na verdade a nossa identidade sendo liberal é contrária aos autoritarismos, sejam eles de esquerda, de direita, conservadores ou progressistas”, disse, acentuando que o partido adota uma política “muito orientada para a vontade de governar e muito pouco interessada em lutas de minorias”.

Para as próximas legislativas, e assumindo que não serão antecipadas, a expectativa é outra, considera José Cardoso, que acredita que a “probabilidade [de eleger o primeiro deputado] é superior” porque até lá haverá tempo para o partido desenvolver o seu trabalho.

O porta-voz garante, apesar disso, que o PLS “não vive com essa ansiedade” e que este é um movimento que está a ser preparado com uma visão de longo prazo para “durar 20 ou 30 anos”.

José Cardoso já iniciou contactos para integrar o partido europeu Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa (ALDE) e pretende participar como observador no próximo congresso do grupo político, que decorrerá em Lisboa.

Fundador do movimento, José Cardoso desfiliou-se da Iniciativa Liberal em janeiro deste ano e era um dos porta-vozes da iniciativa “Estatutos + liberais”, que apresentou um projeto global de alteração aos estatutos – alternativo ao que foi aprovado pelo Conselho Nacional – e que iriam estar em discussão e votação na convenção que foi adiada devido à crise política.

Na convenção da sucessão a João Cotrim Figueiredo, que elegeu Rui Rocha há quase um ano, a lista L, do novo líder, alcançou 51,7% votos, enquanto a lista M, de Carla Castro teve 44% dos votos e a lista A, de José Cardoso, alcançou 4,3% dos votos.

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