Numa conferência de imprensa hoje em Londres, Kara-Murza disse que “é importante” que os líderes políticos internacionais planeiem o futuro, “não só as próximas semanas ou meses, mas estrategicamente as próximas décadas”. 

 

“Não temos o direito de falhar a próxima oportunidade que surja na Rússia”, vincou, durante um evento organizado pela Campanha Global de Justiça Magnitsky e do Centro de Finanças e Segurança do centro de estudos britânico Royal United Services Institute (RUSI). 

Segundo o ativista, vários regimes que pensavam ser fortes e estáveis caíram, “tal como União Soviética, após uma mudança súbita, inesperadamente”.

Kara-Murza está convencido de que a queda de Putin “vai acontecer no futuro próximo”. 

“O problema dos anos 1990 é que ninguém estava preparado e por isso tantos erros foram cometidos”, lamentou.

O jornalista defende, por um lado, um processo de verdade e reconciliação na sociedade russa que sustente a transição para um sistema democrático. 

Por outro lado, acrescentou, a comunidade internacional tem de estar preparada para integrar uma Rússia democrática “na Europa, no mundo ocidental, na ordem internacional”. 

A conferência de imprensa aconteceu após um encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Nas últimas semanas, Vladimir Kara-Murza também se encontrou ou falou com chefes de Estado e Governo dos EUA, França, Alemanha, Finlândia. 

Esta foi a sua primeira aparição pública no Reino Unido desde a libertação numa grande troca de prisioneiros este ano entre o Kremlin e vários países ocidentais. 

Kara-Murza, 43 anos, foi libertado 1 de em agosto após servir cerca de dois anos de uma sentença de 25 anos por se opor à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Vladimir Kara-Murza era um dos 16 prisioneiros americanos, alemães e dissidentes russos que cumpriam penas em prisões na Rússia e na Bielorrússia e que foram trocados, na maior operação deste tipo desde a Guerra Fria.

Em troca, Moscovo conseguiu que fosse libertados oito russos presos no Ocidente por espionagem, pirataria informática e homicídio, alguns dos quais agentes de segurança e dos serviços secretos russos. 

“Não podemos deixar que esta troca de prisioneiros se torne uma exceção”, disse, avisando que milhares de opositores continuam presos na Rússia e Bielorrússia. 

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