O antigo ministro das Infraestruturas, João Galamba, fez esta quinta-feira duras críticas ao líder do Partido Socialista (PS), após este ter proposto a viabilização do Orçamento do Estado na generalidade através da abstenção. Galamba defende que Pedro Nuno Santos teve um comportamento “errático” ao longo do processo e acabou por se colocar numa “posição final embaraçosa”.

 

“As contradições do discurso do secretário-geral do PS são um bom resumo do novelo em que ele se deixou enredar nos últimos meses. Não faz grande sentido passar este tempo todo a falar de linhas vermelhas com uma dramatização que depois se torna inconsequente porque as razões invocadas para a viabilização do Orçamento podiam ter sido feitas há dois meses”, apontou, na antena da CNN Portugal.

Para o antigo ministro socialista, a decisão agora tomada “mostra apenas que ele não liderou este processo e foi obrigado a improvisar e foi colocado numa situação que não era a que desejava”.

“O que Pedro Nuno devia ter feito era pôr o ónus em cima do PSD e só havia uma maneira de o fazer, que era anunciar previamente a abstenção na generalidade e colocar toda a negociação e todo o potencial de ganho na especialidade – aí é que poria verdadeiramente Luís Montenegro e, já agora, o Chega em cheque”, defendeu João Galamba, que acrescentou que se Pedro Nuno “tivesse anunciado há dois meses a viabilização na generalidade”, o Orçamento “passava” e quem estaria em “enormes dificuldades na especialidade seria Luís Montenegro”. 

“Ou metia a viola no saco com esta ameaça que agora faz de que se for muito desvirtuado o Orçamento, vamos para eleições”, rematou. 

Nesse caso, questiona: “Mas se o PS tivesse anunciado a abstenção na generalidade e depois tivesse jogado tudo na especialidade, o que faria Luís Montenegro? Votava a favor? Votava contra?”

Na ótica de João Galamba, aí sim, o PS estaria numa “situação de liderança e de iniciativa”. “Teria sido, parece-me a mim, uma jogada bastante mais inteligente do que aquela errática de dramatização que depois [Pedro Nuno Santos] foi obrigado a recuar, numa posição final um pouco mais embaraçosa.”

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