“Eu sou pai e quero o melhor para o meu filho. Mas, ao contrário de muitos pais, não tenho a mania de que o meu filho é o melhor do mundo. É meu filho e isso basta-me! Tenho a noção do seu valor e das suas capacidades. Não preciso de andar por aí a armar-me dos feitos do meu filho.

No caso das gémeas, os portugueses têm sempre a capacidade de serem condescendentes e perdoarem algo quanto toca à família. Fez isso porque é mãe, qualquer um de nós se tivesse um filho nesta situação movia montanhas para poder curar os seus filhos.

Tudo muito bonito, mas nós vivemos em sociedade com regras. Numa democracia no papel somos todos iguais perante a lei e perante algo que precisemos. Nesse caso roubar para comer não é crime. Claro que é crime, mas pode ser atenuado, porque aconteceu.

Neste caso, com muita pena minha, condeno veementemente o atropelo na lista de espera para se tratar duas meninas passando à frente de uma lista ordenada, devidamente avalizada e documentada pelos critérios por que se deve reger.

O que se passou com as gémeas é inqualificável pelo atropelo da lei e pelo passar por cima de tudo e de todos. Em Portugal, não pode haver cidadãos de primeira e cidadãos de segunda, sejam portugueses ou brasileiros.

Porque é que o governo brasileiro não pagou este tratamento das gémeas? Faziam o diagnóstico desta situação no Brasil e seguiam os trâmites normais.

Quem em Portugal está numa lista de espera para os seus filhos serem tratados com que cara ficarão perante isto? A saúde não tem favores, não tem contactos superiores. A saúde é para se tratar ricos ou pobres, governantes ou não governantes, quem conhece gente influente ou quem não conhece gente influente.

O SNS de saúde é de todos os portugueses pago com os nossos impostos. Há o direito de se saber como se gasta esse dinheiro, critérios e decisões. Ponto!”

Leia Também: “Eleições Europeias são como uma sondagem à governação”

Compartilhar
Exit mobile version