Muitos não sabem, mas “a pessoa com ostomia é uma pessoa que, por motivos vários de saúde, foi submetida a uma cirurgia da qual resultou a abertura de um órgão oco para o exterior, como é o caso do intestino”, esclarece Joana Cereja, enfermeira especialista em estomaterapia e responsável pela consulta de enfermagem de estomaterapia do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, ao Lifestyle ao Minuto

 

Explica ainda que “neste caso, devido a esta ostomia, existe a saída de efluente (fezes) pela parede abdominal”. Trata-se de uma “condição de saúde que pode ocorrer em qualquer etapa da vida da pessoa, desde o nascimento até ao fim de vida”.  

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É essencial ter acompanhamento de um enfermeiro especializado na área durante o processo, “devendo iniciar-se no pré-operatório, com continuidade no pós-operatório e mantendo-se no pós-alta”.

Normalmente, “o enfermeiro de estomaterapia irá desmistificar a condição de ficar com uma ostomia e capacitar a pessoa para que se auto cuide e/ou procure cuidadores quando a pessoa não tem capacidade para se auto cuidar, permitindo a manutenção ou mesmo a melhoria da qualidade de vida”. 

© Joana Cereja

Segundo a enfermeira, nestes casos, o auto cuidado envolve “realizar a higiene ao estoma e pele peri-estoma, para a adaptação de dispositivos de ostomia adequados, vulgarmente conhecidos como ‘sacos'”. “Existe uma grande oferta de dispositivos, tanto de peça única (em que a placa e saco são um só), como de duas peças (em que a placa adere ao abdómen e o saco se adapta à placa por fixação adesiva ou mecânica)”, acrescenta. 

Tratam-se de dispositivos que servem para “recolher o efluente que sai sem qualquer controlo da pessoa pelo seu abdómen e contém um filtro de carvão que permite a saída de gases com controlo do odor”. Já “as placas dos dispositivos são compostas por hidrocoloide, que tem duas funções: aderir à pele e proteger a mesma”. 

“Existem ainda no mercado acessórios de ostomia, cada um com a sua função.” 

  • Proteção da pele. “Protetores cutâneos em spray e toalhitas”; 
  • Fixação da placa. “Tiras de fixação de vários formatos e composições”; 
  • Remoção da placa. “Removedores de adesivo em spray e em toalhitas”; 
  • Nivelar a pele. É o caso de “anéis, tiras e pastas que permitem preencher pregas cutâneas”; 
  • Cicatrização da pele. “Pó cicatrizante”. 

“Cada acessório tem um modo de aplicação específica e o seu uso deve ser aconselhado pelo enfermeiro de estomaterapia, que o fará com base nas características do estoma, pele peri-estoma, formato e características do abdómen”, explica. 

Lembra ainda que “atualmente todos os dispositivos e acessórios de ostomia são comparticipados pelo Sistema Nacional de Saúde a 100%, o que permite à pessoa com ostomia escolher o que mais gosta, que se adapta melhor e lhe confere maior segurança, prevenindo o aparecimento de complicações e mantendo a qualidade de vida”. 

Para terminar, realça que a “ostomia não tem que ser uma limitação na vida da pessoa” e que “a aceitação da condição de saúde, a escolha e adaptação de dispositivos e acessórios que conferem confiança permitem manter a atividade laboral, a sua vida familiar, sexual e social”

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