“O nosso sistema, ao fim e ao cabo, não está a formar as pessoas que nós precisamos, está a formar as pessoas que outros precisam”, afirmou Luís Montenegro.
Segundo o primeiro-ministro, as instituições devem ter esse aspeto em consideração, para evitarem que os jovens, depois de formados, emigrem.
“É importante que as instituições correspondam a essa necessidade, porque esse também é um caminho pelo qual nós podemos evitar que muitos dos nossos estudantes, depois de atingirem as suas qualificações superiores, não vão à procura de uma oportunidade para fora do país”, enfatizou o governante.
Luís Montenegro acentuou que Portugal precisa que os jovens portugueses fiquem, mas precisa também das pessoas que puder “atrair de outras geografias para virem ajudar a erguer o país”.
Durante a visita à Escola Superior Agrária e à Escola Superior de Educação do IPCB, onde inaugurou várias obras de requalificação, o primeiro-ministro elogiou a instituição, por as duas escolas de ensino superior estarem a “corresponder com as áreas formativas às necessidades do país”.
Luís Montenegro também criticou a proliferação cursos que não sejam diferenciados.
“Do meu ponto de vista, e do ponto de vista do Governo, nós não temos de andar a multiplicar as ofertas formativas em todas as instituições de ensino superior”, referiu o governante.
“É importante e é bom que muitas das ofertas atinjam graus de especialização em determinadas instituições de ensino superior. Que não seja ensinar tudo igual em todo o lado, mas, sobretudo, que não se esteja a ensinar e a conduzir os estudantes a estudarem coisas que depois não têm oferta no mercado de trabalho”, frisou Luís Montenegro.
O primeiro-ministro acrescentou que as unidades de ensino superior precisam “atrair, reter e formar”.
Luís Montenegro vincou que o seu Governo não veio “para deixar tudo na mesma”, mas para mudar e “para transformar”.
O governante justificou a visita ao IPCB com a necessidade de “alimentar esta chama” de valorizar as instituições em territórios de menor densidade populacional e a sua relação com as empresas, para que contribuam para fixar pessoas.
Leia Também: Problemas no INEM? “Vamos apresentar plano brevemente para resolver”