“Boicotar as eleições de um despótico regime religioso não é apenas uma ação política mas também um obrigação moral para os iranianos que amam a liberdade e lutam pela justiça”, indicou Mohammadi, num comunicado divulgado pela sua família na rede social Instagram.

A Nobel da Paz 2023 definiu de “ilegítima” a República Islâmica do Irão e apelou aos iranianos para “boicotarem as falsas eleições”.

A ativista, que cumpre uma pena de dez anos na prisão de Evin em Teerão desde novembro de 2021, denunciou a “brutal repressão, assassinato de jovens nas ruas do país, as execuções e as detenções e torturas a homens e mulheres”.

Os iranianos são convocados em 01 de março para eleger os 290 deputados e os 88 membros da Assembleia de Peritos, um organismo responsável pela eleição do líder supremo da República Islâmica.

A Assembleia de Peritos, eleita de oito em oito anos, poderá assumir uma grande importância no futuro do país devido à idade avançada de Ali Khamenei, o líder supremo do Irão, com 84 anos.

O processo eleitoral tem sido assinalado por alguma indiferença e apatia do eleitorado devido à crise económica do país, o afastamento de numerosos candidatos reformistas e o alheamento político, acentuado no rescaldo dos protestos motivados pela morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, que estava sob custódia policial por alegado uso indevido do ‘hijab’ (véu islâmico).

Os protestos, atribuídos pelo Irão a uma potência estrangeira para fomentar instabilidade interna, foram duramente reprimidos (com o registo de cerca de 500 mortos), com o regime de Teerão a endurecer as medidas de controlo sobre o vestuário das mulheres no país.

Uma recente sondagem realizada por um centro governamental indicou que apenas 30% dos iranianos inscritos devem votar nestas eleições, muito abaixo dos 42% registados no escrutínio legislativo de 2020, o mais baixo na história da República Islâmica do Irão.

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