“O Irão está a tentar construir bombas nucleares com o objetivo de destruir Israel, transportadas por mísseis de longo alcance. Pode ameaçar o mundo inteiro a qualquer momento’, disse Netanyahu na sessão de abertura do parlamento israelita (Knesset).

 

Paralelamente, Netanyahu disse que aspira a normalizar as relações de Israel com os países árabes. 

O primeiro-ministro israelita sublinhou que pretende prosseguir os esforços de normalização diplomática com os países do Médio Oriente, com base nos Acordos de Abraão, a fim de “alcançar a paz com outros países árabes”.

“Aspiro a continuar o processo que iniciei há alguns anos com a assinatura histórica dos Acordos de Abraão para alcançar a paz com outros países árabes”, afirmou Netanyahu.

Os acordos negociados pelos Estados Unidos em 2020, na altura liderados pela administração de Donald Trump, permitiram que Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão estabelecessem laços diplomáticos formais com Israel.

“Assinámos quatro acordos de paz, sublinho, paz pela paz (…) com os principais países do Médio Oriente. Estes países e outros estão bem conscientes dos golpes que infligimos àqueles que nos atacam, o eixo do mal iraniano”, garantiu o primeiro-ministro, dois dias depois do ataque israelita contra alvos militares no Irão.

A Arábia Saudita, que não reconhece Israel, estava a negociar uma aproximação com Telavive desde 2020, antes de suspender todas as conversações quando eclodiu a guerra na Faixa de Gaza, depois de o grupo radical palestiniano Hamas ter lançado um ataque sem precedentes em solo israelita, a 07 de outubro de 2023.

Entretanto, um comunicado divulgado pelo gabinete de Netanyahu assegurou que Israel está a discutir um novo “plano de acordo” para a libertação dos reféns detidos em Gaza, após o regresso do seu chefe negociador do Qatar.

“O diretor da Mossad [serviços secretos externos de Israel], David Barnea, regressou depois de se ter reunido com o chefe da CIA [serviços de informações norte-americanos] e com o primeiro-ministro do Qatar. (…) Nos próximos dias, prosseguirão as discussões entre os mediadores e o Hamas para examinar a viabilidade das conversações e continuar a tentar conduzi-los a um acordo”, indicou a nota do gabinete de Netanyahu, na sequência da proposta do Egito, outros dos países mediadores, de uma trégua de dois dias e da libertação de quatro reféns em troca de prisioneiros palestinianos.

Por outro lado, ainda na intervenção no parlamento, Netanyahu defendeu que o ataque a alvos militares iranianos conduzido no sábado vai permitir que “a luz vença as trevas”, aludindo ao chamado “Eixo da Resistência”, uma aliança anti-Israel liderada pelo Irão e que inclui o libanês Hezbollah, os Huthis do Iémen e o Hamas, entre outros.

“Os ramos do terrorismo na nossa região, que constituem o ‘Eixo do Mal’ liderado pelo Irão, procuram apagar a chama do renascimento que alimentámos com os esforços de gerações”, afirmou Netanyahu no Knesset, durante uma homenagem aos mortos do ataque de 07 de outubro de 2023 e da guerra em curso em Gaza.

“A nossa resposta a eles, precisamente neste lugar, é nítida e clara: a luz vencerá as trevas, o bem prevalecerá sobre o mal e a santidade da vida vencerá o culto da morte”, disse o governante na cerimónia de homenagem, acompanhado pela sua mulher Sara, durante a qual colocou a primeira pedra de um novo memorial.

O líder israelita dirigiu também algumas palavras às famílias dos 97 reféns que ainda permanecem em Gaza após os ataques de 07 de outubro de 2023, num momento em que as negociações são retomadas após um impasse de cinco meses.

Na intervenção, Netanyahu insistiu que a “vitória” da guerra em Gaza inclui o regresso de todos os reféns.

“Não desistimos da missão de vitória, e uma componente central da missão de vitória é a recuperação de todos os nossos raptados, todos eles, tanto os vivos como os mortos, para os devolver às suas casas em Israel”, disse.

No domingo, um dos principais grupos defensores de um acordo para libertar os reféns de Gaza denunciou na rede social X que 38 famílias continuam à espera de um acordo nesse sentido, para conseguirem enterrar os seus entes queridos e ter um “funeral digno”.

[Notícia atualizada às 17h36]

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