À saída do debate quinzenal, o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, acusou o Governo de arrogância, colocando em causa as declarações do primeiro-ministro, que disse não querer eleições.

 

“Fiquei impressionado pela forma como este debate decorreu. Temos um primeiro-ministro que não revelou qualquer sentido de Estado e que falou com uma sobranceria e uma arrogância para com o Partido Socialista que é inaceitável. Não é de alguém que queira um entendimento com o PS. Se um primeiro-ministro quer um entendimento com o Partido Socialista tem de respeitar o Partido Socialista. Tinha que fazer um debate noutro registo, com outro tom, não desta forma como se dirigiu a nós”, afirmou em declarações aos jornalistas, antes de se dirigir a São Bento, onde já tinha uma reunião marcada com Montenegro.

Reforçando que o Executivo “sempre teve duas opções para viabilizar o Orçamento”, insistiu que, se não houver Orçamento, a responsabilidade será do Governo. “Não podemos estar sempre a olhar para o PS como se o Governo estivesse, de facto, interessado em evitar eleições”, acusou, garantindo que não será pelos socialistas que o documento não verá ‘luz verde’.

“Só teremos eleições antecipadas, na realidade, se o Presidente da República ou o primeiro-ministro quiserem”, referiu, acrescentando: “Só não haverá Orçamento do Estado se o primeiro-ministro não quiser”.

Depois de quase três horas de debate, durante o qual Luís Montenegro apontou ainda que era preciso assumir “responsabilidades” e garantir a aprovação do Orçamento, Pedro Nuno Santos acusou: “Aquilo que se aconteceu ao longo desta tarde é inaceitável por parte do Partido Socialista e em quem confia o sue voto no Partido Socialista”.

O líder da oposição falou ainda dos anos de ‘Geringonça’, durante o qual lembrou que havia três partidos, e muitas críticas envolvidas, mas sublinhou que houve entendimentos alcançados.

“Fiz parte de um Governo que foi apoiado por três outros partidos que eram críticos da nossa governação, mas tivemos sempre muito respeito na forma como nós nos relacionámos e tratámos esses partidos, já que queríamos que viabilizassem o Orçamento. Isso não está a acontecer agora”, afirmou.

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