O jovem supremacista branco acusado de ter feito uma matança racista, ao assassinar 10 pessoas negras em um supermercado em Buffalo, a norte de Nova Iorque, declarou-se, esta segunda-feira, culpado de assassínios racistas e ato de terrorismo.
Payton Gendron “declarou-se culpado das acusações” contidas “no documento da acusação”, anunciou, pouco depois da audiência no tribunal do condado de Erié, o procurador John Flynn, ao recordar o caráter “racista” destes crimes, “alimentados pela ideologia supremacista branca e visando deliberadamente pessoas negras”.
Depois de esta etapa judiciária, Gendron, com 18 anos no momento do massacre, em 14 de maio, “incorre em uma pena de prisão perpétua sem possibilidade de libertação condicional, quando for condenado em 15 de fevereiro de 2023”, pela justiça de Nova Iorque, acrescentou o procurador, em comunicado.
Mas ele também é acusado em tribunal federal, onde arrisca ser condenado à morte.
Durante a sua conferência de imprensa, o procurador lembrou que o jovem, detido desde maio, tinha preparado os seus ataques meticulosamente e eu se tinha munido de uma espingarda semiautomática do tipo AR-15, de uma câmara portátil para filmar a sua matança e divulgá-la na rede social Twitch.
Depois do massacre de Buffalo, o Estado de Nova Iorque, o quarto mais povoado dos EUA, com mais de 20 milhões de habitantes, governado pela democrata Kathy Hochul, subiu a idade mínima para adquirir armas semiautomáticas de 18 para 21 anos.
Segundo o sítio Gun Violence Archive, mais de 600 tiroteios com várias vítimas — o critério é um mínimo de quatro mortos ou feridos — ocorreram nos EUA desde o inicio do ano corrente.
Cerca de 49 mil pessoas foram mortas por bala nos EUA em 2021, depois de 45 mil em 2020, que já tinha sido um recorde. Isto representa mais de 130 mortes por dia, das quais mais de metade são suicídios.