O Parlamento (Knesset) israelita está a preparar uma lei que visa proibir a utilização de “bandeiras hostis” em reuniões com a participação de mais de três pessoas, uma medida que está a ser encarada como visando a bandeira palestiniana e poderá agravar ainda mais as tensões nomeadamente na cidade de Jerusalém, onde nesta quinta-feira os israelitas celebram o seu Dia da Bandeira, com uma marcha que passa no setor palestiniano.
O primeiro anteprojeto de uma série de outras versões, que foi aprovado no Knesset com o apoio de 54 deputados, enquanto 16 se pronunciaram contra, prevê que a exibição de bandeiras de “uma entidade hostil” ou um “estado inimigo” em reuniões públicas com mais de três pessoas tornará o encontro proibido, podendo ser dissolvido pelas forças de segurança e levar à prisão até um ano.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano condenou “energicamente” o documento e considerou que a sua aprovação “demonstra que o sistema de governo no país ocupante está a avançar rapidamente até ao fascismo, aplicando as tendências da direita fascista e racista”, segundo escreve a agência EuropaPress.
Em nota, acusa Israel de “sempre” ter “disparado e perseguido a bandeira palestiniana, numa flagrante violação dos princípios dos Direitos Humanos e dos compromissos de Israel como força ocupante na Palestina ocupada”.
Dia da Bandeira com marcha direitista israelita em Jerusalém
A diplomacia palestiniana adverte para as consequências previsíveis desta “grave escalada de conflito” e avisa que, a ser consumada a aprovação da lei em causa, seria “um golpe oficial israelita a todos os esforços para o resolver pacificamente”.
Nesta quinta-feira, é previsível um dia tenso em Jerusalém, com a realização da Marcha da Bandeira pelas ruas da cidade, promovida por organizações direitistas e religiosas israelitas para assinalar o que designam como “unificação” da cidade historicamente partilhada por judeus, árabes e cristãos.
Trata-se da tomada da Cidade Velha, incluindo a Esplanada das Mesquitas (Monte do Templo, para os judeus) em 1967 (Guerra dos Seis Dias), um acontecimento que não está reconhecimento internacionalmente.