Esta quinta-feira, os deputados israelitas votaram a favor da dissolução do Parlamento, antecipando uma nova votação para o dia 1 de novembro. Em menos de quatro anos, estas serão as quintas eleições legislativas, espelhando o momento de grande instabilidade política que se vive no país.
Um ano após assumir a liderança do Executivo, Naftali Bennett deixará o cargo de primeiro-ministro à meia-noite desta quinta-feira, sendo substituído pelo atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Yair Lapid, que vai assumir as rédeas do Governo enquanto se assiste a uma corrida eleitoral feroz.
Bennett e Yair Lapid, líder do partido Yesh Atid, formaram, em junho de 2021, uma coligação que incluiu partidos de direita, centro, esquerda e, pela primeira vez, uma formação árabe, de modo a derrubar o seu antecessor Benjamin Netanyah – que liderou o país ao longo de 12 anos.
No entanto, o atual Governo, constituído por uma coligação muito frágil, avançou para a dissolução do Parlamento depois de desentendimentos internos que resultaram na perda da maioria parlamentar que dependia de um deputado. A gota de água ocorreu no início do mês de junho, quando a oposição israelita reuniu a maioria dos votos contra um projeto de lei que pretendia expandir a aplicação da lei israelita aos 475 mil colonos judeus que vivem na Cisjordânia ocupada.
“Ninguém deve desistir das suas posições, mas é possível e necessário deixar de lado, por um período de tempo, os debates ideológicos e tratar da economia, segurança e futuro dos cidadãos de Israel”, reiterou o primeiro-ministro demissionário no seu discurso de despedida, na quarta-feira. Embora tenha informado que não irá concorrer às próximas eleições, não fechou a porta à continuidade política.
Já o antigo primeiro-ministro prometeu que a aliança que lidera, integrada por partidos de direita, ultranacionalistas e judeus ultraortodoxos, irá vencer próximas eleições, o que é sustentado pelas sondagens realizadas no país, nas quais Benjamin Netanyahu é o favorito à vitória, apesar de estar envolvido em esquemas de corrupção e abuso de poder.
No meio de uma crise política, em meados de julho, Israel irá receber a visita de Joe Biden, presidente dos EUA, o que configura a primeira viagem do democrata ao Médio Oriente desde que chegou ao poder.