O Governo iraniano criticou a União Europeia (UE) pelas críticas “intervencionistas” após a execução de um “terrorista”, aludindo ao dissidente sueco-iraniano Habib Chaab.
O “apoio” da UE aos terroristas pretende não apenas impedir que a justiça seja feita, mas também promover o “sinistro fenómeno do terrorismo” em todo o mundo, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanaani.
“É lamentável que alguns governos europeus, em vez de enfrentar terroristas que matam inocentes orgulhosos dos seus crimes, os apoiem de forma injustificável contra todos os valores dos direitos humanos”, acrescentou, de acordo com a agência de notícias oficial iraniana IRNA.
“Se os países europeus não têm vontade de distanciar-se do terrorismo nas suas distintas formas, ao menos deveriam não agravar o sofrimento das famílias das vítimas apoiando o terrorismo”, argumentou.
Kanaani sublinhou o compromisso do Irão na luta contra o terrorismo, com os direitos da nação iraniana e em garantir a sua segurança.
A Suécia, que detém a presidência rotativa da União Europeia (UE), condenou no sábado a execução, no Irão, do dissidente Habib Chaab por “terrorismo”.
“A pena de morte é uma punição desumana e irreversível e a Suécia, como o resto da UE, condena sua aplicação em todas as circunstâncias”, disse o ministro das Relações Exteriores da Suécia, Tobias Billstrom, numa publicação no Twitter.
Condenado à morte em 06 de dezembro – sentença confirmada em 12 de março – Habib Chaab foi acusado pelas autoridades de Teerão de ser o líder de um grupo separatista árabe no oeste do país.
Habib Chaab tinha desaparecido em outubro de 2020 depois de ir para Istambul, antes de reaparecer um mês depois, na prisão, no Irão.
Em novembro de 2020, a televisão iraniana transmitiu um vídeo de Habib Chaab, no qual era acusado de um atentado mortal que teve como alvo um desfile militar em setembro de 2018 em Ahvaz, capital da província do Cuzistão (sudoeste), e de trabalhar para os serviços de inteligência sauditas.
Na sua mensagem no Twitter, o chefe da diplomacia sueca lembrou que Estocolmo tinha pedido, sem sucesso, ao Irão que renunciasse a essa sentença de morte.
A Suécia tomou medidas para oferecer assistência consular a Chaab, mas sem resultado, porque o Irão não reconhece a dupla nacionalidade.