O diretor executivo do Festival Eurovisão da Canção, Martin Osterdahl, afirmou ser difícil manter a Rússia fora da competição, mas insistiu que o concurso deve representar “os valores básicos e fundamentais da democracia”.
Martin Osterdahl fez as observações enquanto conversava com Bjorn Ulvaeus, compositor da banda dos Abba, convidado do programa Today da BBC Radio 4, no Reino Unido.
Questionado se a decisão de manter a Rússia fora da competição, no início deste ano, foi difícil Osterdahl respondeu que “foi e ainda é. A forma como a Europa se sente afeta muito a competição”.
“É também quando se olha para trás no tempo que se vê que o Festival Eurovisão da Canção é como um livro de registo do que aconteceu na Europa e quais foram as tendências”, acrescentou. “Mas, também, qual é o tipo de humor e sentimento da Europa e qual é o contexto social na época”.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia no início de fevereiro, houve protestos internacionais generalizados sobre se a Rússia deveria ou não competir no Festival Eurovisão da Canção deste ano.
Com a Finlândia a tornar-se o primeiro vizinho da Rússia a declarar que não competiria com o país vizinho, também Suécia, Holanda e Noruega pediram pela sua exclusão da competição.
Assim, a “European Broadcasting Union” (EBU) decidiu excluir a Rússia da competição, levando as emissoras nacionais russas a cortar laços com a organização, e impediu de participar em futuros concursos.
“Quando dizemos que não somos políticos, o que sempre devemos defender são os valores básicos e fundamentais da democracia. Todos estão certos em ser quem são”, continuou Osterdahl. “Este será um Festival Eurovisão da Canção que realmente mostra os valores de que falamos, como solidariedade, alcance e união através da música.”
A Ucrânia venceu a competição de 2022, em Turim, com a música “Stefania” interpretada pela Orquestra Kalush.
Mas, devido ao conflito em curso na Ucrânia, a competição em 2023 será realizada em Liverpool, no Reino Unido, que ficou em segundo lugar.