O Conselho da Europa criou esta terça-feira um “registo internacional de danos causados pela agressão da Rússia à Ucrânia”, anunciou o presidente francês, Emmanuel Macron, na abertura de uma cimeira da organização de 46 Estados-membros na Islândia.
“O Conselho está novamente a apontar o caminho, ao lado das vítimas da agressão”, declarou Macron, apelando a “todos os Estados para aderirem ao registo e contribuírem ativamente para a sua elaboração”.
O chefe de Estado francês instou também a organização a contribuir para a criação de uma centena de “centros de saúde mental” na Ucrânia, para fazer face aos traumas de guerra.
“Proponho que lancemos um grande projeto para que [o Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa] possa rapidamente intervir e apoiar a instalação de uma centena de centros de saúde mental na Ucrânia”, disse Macron.
Antes da cimeira, numa conferência de imprensa conjunta com a primeira-ministra islandesa, Katrina Jakobsdottir, em Reiquiavique, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou que a responsabilidade da Rússia perante a justiça será um dos temas centrais da cimeira do Conselho da Europa, sublinhando que a prestação de contas é um “pré-requisito” para a paz na Ucrânia.
“A justiça é um pré-requisito para a paz”, afirmou Von der Leyen, acrescentando que outra das questões a abordar será “a fórmula da paz” proposta pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que intervirá na cimeira por videoconferência.
“A Ucrânia, como vítima, deve fornecer a base para a fórmula da paz. O Presidente Zelensky está muito aberto ao debate, mas é importante que este seja o fundamento sobre o qual trabalhamos”, frisou a presidente da Comissão Europeia, acrescentando que se deve seguir o princípio de “Nada sobre a Ucrânia sem a participação da Ucrânia”.
À quarta cimeira do Conselho da Europa desde a sua fundação, em 1949, assistem, além de Von der Leyen e Macron, outros líderes europeus, como o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
Portugal está representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que já manifestou apoio à futura criação de um registo de danos causados pela agressão da Rússia contra a Ucrânia.