O presidente dos EUA, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping, reuniram em Bali, na Indonésia, esta segunda-feira. O encontro, que durou cerca de três horas, abordou a rivalidade entre os dois países, a questão de Taiwan e o conflito na Ucrânia, que sentou os dois líderes do mesmo lado da mesa: nuclear não é uma opção.
O presidente dos EUA, Joe Biden, definiu como uma “conversa franca e honesta”, o encontro de mais de três horas que o sentou na mesma sala de reuniões com o líder chinês, Xi Jinping, à margem do G20. Uma cimeira, que segundo Biden, deve servir para unir os vários Estados numa “coligação alargada” para atacar um vasto leque de “grandes desafios mundiais”, incluindo o clima, discutido na semana passada durante a 27.ª edição das Nacções Unidas da Conferência do Clima, a COP27..
A Casa Branca revelou, entretanto, os tópicos da conversa entre os líderes das duas principais economias mundiais, EUA e China, esta segunda-feira, em Bali. A guerra na Ucrânia, que marca a atualidade mundial desde 24 de fevereiro, quando o exército russo invadiu território ucraniano, foi um dos temas discutidos entre os dois líderes. O assunto foi levado à mesa de negociações pelo presidente dos EUA, que sublinhou a importância, verdadeiramente vital, de evitar a escalada do conflito. Segundo a BBC, Xi Jinping concordou que uma guerra nuclear nunca pode ser travada.
Ainda com o tema nuclear em cima da mesa, Biden expressou preocupação sobre o comportamento “provocador” da Coreia do Norte, que nos últimos dois meses disparou dezenas de mísseis balísticos, vários sobre o Japão.
Segundo a agência de notícias AFP, Biden levantou também a questão Taiwan no encontro, e expressou objeções face “às ações crescentemente agressivas e coercivas” de Pequim em relação a Taipé. Xi Jinping, que tinha o assunto em agenda também, definiu as chamadas linhas vermelhas, relata a imprensa oficial chinesa, incomodado com as palavras do homólogo norte-americano, que repete desde que chegou à Casa Branca que se juntará à defesa daquele território em caso de invasão chinesa.
Um assunto que parece ter serenado, pelo menos, durante o encontro, em que os líderes das delegações chinesa e norte-americana acenaram, ainda antes do início da reunião, com o compromisso de fazer esforços para “evitar um conflito” entre China e EUA. Biden garantiu a Xi que os “states” vão “continuar a competir vigorosamente” com o “império do meio”, mas que essa competitividade, que é também política, além da económica, “não deve nunca degenerar num conflito” entre as duas potências.
Da reunião saiu, segundo a BBC, uma nota na agenda do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que vai visitar a China em data a definir.