O ministro da Defesa ucraniano defendeu esta quinta-feira que “não há alternativa” à adesão da Ucrânia à NATO e insistiu na ideia de que a antiga república soviética é o “escudo da Europa” para fazer frente à “ameaça russa”.
“Se queremos paz e segurança para a Europa, temos de avançar. Em primeiro lugar, não há alternativa à [entrada da] Ucrânia na NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, afirmou Oleksii Reznikov num vídeo transmitido durante a Cimeira Europeia de Defesa e Segurança, hoje a decorrer em Bruxelas.
Com a potencial futura adesão da Suécia à organização, o Mar Báltico passará a ser “o mar interior da NATO”, prosseguiu, acrescentando “não existir alternativa viável” ao Mar Negro, ao largo da costa da Ucrânia e de outros países, “que se torne também um mar da NATO”.
“A infraestrutura de segurança da Aliança tem de ser alargada a leste”, sustentou.
Reznikov sublinhou também que “não existe alternativa” ao aumento da indústria militar e que o fabrico de munições e armas “tem de ser relançado rapidamente” para repor as reservas europeias após as doações à Ucrânia.
“Um exército forte e moderno é uma verdadeira garantia de segurança, numa altura em que a NATO pode ser bloqueada por um único país”, sublinhou, referindo-se ao facto de, na Aliança Atlântica, as decisões serem tomadas por consenso.
Graças ao apoio ocidental, Kiev está “a cumprir a missão para a qual a NATO foi criada”, uma vez que a Ucrânia é “o escudo da Europa a leste contra a ameaça russa”, insistiu.
“Por outro lado, o tempo é essencial. Prolongar ou congelar a guerra significa vidas perdidas, sofrimento humano. A Ucrânia quer mudar o rumo no campo de batalha este ano. Já demonstrou no campo de batalha que a vitória é possível, mas precisamos de ajuda”, afirmou.
Para garantir “uma vantagem qualitativa no futuro”, a Europa precisa de se “rearmar, não com os olhos postos no passado, mas com a nossa experiência atual”, acrescentou o ministro ucraniano.
“Temos a mais vasta experiência de utilização de armas ocidentais no campo de batalha. Estamos atualmente a demonstrar as vantagens das armas ocidentais sobre as armas russas no campo de batalha”, afirmou.
“Menos armas russas significa menos influência russa. Por conseguinte, é do interesse comum que a Ucrânia receba o maior número possível de armas e munições existentes, o mais rapidamente possível”, insistiu Oleksii Reznikov, referindo que, entretanto, a Europa terá a oportunidade de se rearmar com novos equipamentos.
Reznikov recordou que a cimeira de líderes da NATO, realizada em Madrid no ano passado, identificou a Rússia como “a ameaça mais significativa e direta à segurança dos aliados e à paz e estabilidade na região euro-atlântica”.
“Esta ameaça está aqui para ficar nos próximos anos”, advertiu Reznikov, apelando a uma “resposta proporcional”.
O ministro da Defesa ucraniano sublinhou ainda que a guerra desencadeada pela Rússia na Ucrânia “não é um conflito local” e que não há “solução local, tática ou mudança territorial” que lhe ponha fim.
“Na realidade, trata-se de um choque de civilizações e o resultado terá consequências em todo o mundo. Se a agressão russa for bem-sucedida, isso dará poder a qualquer regime interessado em utilizar a força para atingir objetivos territoriais. Por isso, é do interesse da Europa que a Ucrânia vença” a guerra contra a Rússia, concluiu.