As afirmações de Joaquim Miranda Sarmento, na audição no âmbito da apreciação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), surgem depois de Mário Centeno ter defendido que Portugal consegue reter os recém-licenciados, apontando que a discussão em torno das qualificações tem vindo a ser feita com base em “números indicadores”.
O governador do Banco de Portugal chegou mesmo a sinalizar que se pode dizer que “Portugal tem conseguido ser receptor líquido de diplomados”.
O ministro das Finanças sinalizou, no entanto, que “as políticas públicas devem ser baseadas em dados, evidência empírica e factos”.
“Se considerarmos apenas a população ativa entre 18 e 35 anos, temos uma quebra significativa do número de licenciados”, afirmou Miranda Sarmento. “Em 2023, Portugal já só tinha 611 mil licenciados, o que significa que reduzimos em 42 mil o número de jovens com, pelo menos, uma licenciatura”, destacou.
O govenante notou que as universidades portuguesas “formam entre 50 a 60 mil por ano, mais mestrado e doutoramento são 80 mil”, sendo que “entre 2021 e 2023 perdemos 42 mil jovens com habilitações superiores”, apesar de ter formado 80 mil.
Assim, concluiu que há um “problema de retenção e atração de jovens qualificados”, razão pela qual o Governo tomou medidas como IRS Jovem e ajudas na habitação e na procura da primeira casa.
Mário Centeno tinha defendido que Portugal consegue reter os recém-licenciados, reiterando que “nos últimos oito anos, a população ativa com formação superior aumentou em média 70 mil indivíduos por ano” e “das universidades portuguesas saem por ano pouco mais de 50 mil licenciados”.
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